Coop financeiro transforma comunidades

A independência financeira promovida pelas cooperativas de crédito empodera e transforma verdadeiramente as pessoas, e impacta diretamente na qualidade de vida das comunidades onde atuam. Em grandes centros urbanos é comum a diversidade de instituições desse tipo, mas nos rincões do país, são as cooperativas que oferecem soluções financeiras levando em consideração as demandas de cada associado. Mais do que crédito, elas levam atendimento humanizado, educação financeira, orientações de como investir melhor e, claro, ações sociais para a população local.

Os cooperados são unânimes em destacar que os recursos represados na comunidade promovem mais que desenvolvimento econômico e social, levam prosperidade. O cooperado da Cresol Minas Gerais, José Roberto da Silva Pereira, atua na agricultura familiar e conta que “as coisas mudaram para melhor” depois que a cooperativa chegou ao município de Espera Feliz (MG).

“A Cresol agregou de forma significativa nas nossas vidas e nos deu condições de buscar recursos, uma vez que não tínhamos nenhuma instituição financeira em Espera Feliz. Ela nos deu suporte para suprir nossas demandas e também orientação sobre a melhor forma de investir e aproveitar esses recursos. Isso melhora cada vez mais a nossa agricultura e, por isso, eu e minha família somos gratos por não termos mais dificuldades de acessar crédito. Tenho que elogiar também o tratamento amistoso, transparente e próximo da Cresol. Além disso, nossa participação nos rendimentos ao final de cada ano faz com que percebamos que o que volta para nós, agrega na nossa região, que valoriza nosso trabalho e nossos produtos”, relata.

Em Pernambuco, Vanusa de Holanda Lopes, associada do Sicredi Pernambucred, conta que buscava uma instituição que levasse em consideração o bem-estar de todos. Após tornar-se cooperada, mais que ter acesso ao crédito, ela se envolveu com ações sociais da coop e passou a integrar o comitê de mulheres da cooperativa.

“Eu não conhecia o modelo cooperativista, até ser apresentada ao Sicredi e ser bem acolhida, respeitada e ter minhas necessidades atendidas. No modelo tradicional, os bancos visam apenas o lucro e não se preocupam com a sociedade mais igualitária. O Sicredi segue na corrente oposta, onde até o que chamamos de sobras é compartilhada entre os associados. A cooperativa oferece todos os serviços de um banco e ao mesmo tempo investe em projetos que minimizam a desigualdade sociais, em conhecimento e em educação financeira, o que fortalece as bases”, descreve.

Sobre o comitê, Vanusa diz que sua colaboração “se debruça em fortalecer o crescimento das mulheres enquanto cidadãs, empreendedoras e das que estão em situação de vulnerabilidade social.  Essa prosperidade da instituição é também de muitas pessoas necessitadas e de muitos projetos em benefício da sociedade”.

Aila Fialho, cooperada do Sicoob Uni Sudeste, também declara sua satisfação. “A instituição contribui para a comunidade a partir do momento em que ela incentiva e fomenta campanhas de promoção social, como a iniciativa Salve Vidas [que beneficia hospitais da cidade de Viçosa], a arrecadação de alimentos e campanhas em datas especiais como no Dia das Crianças. A cooperativa é um agente que estimula a promoção social na comunidade”, reforça.

Em Morrinhos (GO), o cooperado do Sicoob Unicentro BR, Francisco Martins da Silva, garante que mudanças significativas aconteceram no município depois da chegada da coop.

“As cooperativas têm influído muito na sociedade de Morrinhos, porque participam e auxiliam muito a vida as pessoas. Temos muito o que elogiar, porque são as cooperativas que têm conhecimento para receber a gente bem e com boa assistência na área agrícola, que é o carro-chefe daqui. As sobras anuais distribuídas aos cooperados é outro diferencial que nos permite querer participar ainda mais.  Somos só elogios e desejos de muitas felicidades e de que todos continuem conosco prosperando”.

Expressão nacional

Dos 18,8 milhões de cooperados brasileiros, 13.956 deles estão vinculados às coops de crédito, segundo os dados do AnuárioCoop 2022, produzido pelo Sistema OCB. A superintendente, Tania Zanella, ressalta que o cooperativismo tem em seus princípios e valores a promoção de uma sociedade mais igualitária, ambientalmente correta e economicamente mais justa e que as cooperativas de crédito estão cumprindo esse papel em regiões que outras instituições não alcançam.

“O Dia Internacional do Cooperativismo de Crédito vem reforçar o desempenho das coops na inclusão e independência financeira de várias pessoas pelo mundo. Elas são o socorro mais próximo para quem mora em cidades mais afastadas. Com atendimento humanizado e atento às necessidades de cada cidadão, elas crescem ano após ano e retêm os recursos na cidade, na comunidade, onde estão inseridas. Isso é uma verdadeira irrigação da economia local. Mais que desenvolvimento econômico e social, as cooperativas são impulsionadoras da prosperidade em todo o mundo. Temos muito ainda a fazer, mas também muito a comemorar”, declara a superintendente.

O Banco Central do Brasil (BCB), órgão regulador, apoia as demandas cooperativistas e tem diálogo estreito com o Sistema OCB na construção e aprimoramento de políticas públicas que atendam o segmento. “Temos constatado o crescimento relevante do setor em ativos, carteiras de crédito e depósitos. Em junho de 2022, por exemplo, o crescimento da carteira de crédito cooperativo foi de 20%, enquanto que o das instituições convencionais foi de 17%. Vamos continuar trabalhando em sintonia para que o cooperativismo continue a crescer, pois é parte essencial nessa revolução financeira e digital”, parabeniza o presidente, Roberto Campos Neto.

O diretor de Coordenação Sistêmica e Relações Institucionais do Sicoob, Ênio Meinen, atribui o crescimento do movimento cooperativista a falta de interesse de outras instituições em levar agências a lugares mais longínquos. “O movimento cooperativo vem ocupando espaços deixados por outros atores do mercado que, além de desassistir as comunidades menores e economicamente menos atrativas, estão dando preferência ao atendimento remoto. A atuação presencial das cooperativas converge com o seu modelo de negócio, que é de proximidade e que tem forte engajamento comunitário”, destaca.

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