Cooperativas educacionais são caminho para inovação no ensino

Modelo vai além da sala de aula e estimula a resolução de problemas cotidianos

O Brasil possui dois segmentos de cooperativas educacionais: as de pais e responsáveis, que se enquadram no Ramo Consumo e as organizadas por professores, que fazem parte do Ramo Trabalho, Produção de Bens e Serviços. Essas coops se destacam como modelos de gestão contemporâneos, em que educadores, pais e alunos, em cada uma das propostas, unem esforços para construir uma iniciativa pedagógica solidária e coletiva pautada em valores que promovem a formação de uma sociedade mais próspera, moderna e consciente da sua contribuição.

Os benefícios das cooperativas educacionais se estendem aos estudantes e aos profissionais da educação, pois se baseiam na troca de conhecimento entre seus membros. Essa dinâmica permeia todo o processo de aprendizagem e se diferencia das escolas tradicionais, que se caracterizam por uma estrutura hierárquica. Para Priscilla Coelho, analista técnica de Relações Institucionais do Sistema OCB, o modelo busca transmitir a cultura cooperativista por meio de uma abordagem diferenciada. "O intuito é oferecer melhores condições de ensino, metodologia e infraestrutura frente à concorrência das outras escolas dos municípios", disse.

A abordagem adotada nas cooperativas educacionais vai além da sala de aula convencional e estimula a resolução de problemas e atividades que dividem a responsabilidade com toda a equipe, sendo possível transmitir conhecimento e formar cidadãos críticos, participativos e responsáveis. Essa autonomia, segundo Priscilla, possibilita que o processo de ensino-aprendizagem alie a prática à teoria, a partir dos direcionamentos dado pela qualificada equipe pedagógica a partir das diretrizes bases determinadas pelo Ministério da Educação (MEC).

“Esse tipo de ensino promove um ambiente de aprendizado envolvente para os alunos, porque estimula o desenvolvimento acadêmico ao lado do crescimento social e emocional dos estudantes. As cooperativas educacionais representam uma resposta concreta e inovadora aos desafios do sistema de aprendizagem atual e oferecem uma visão promissora para a construção de uma sociedade mais cooperativa”, acrescentou a analista.

Ainda de acordo com Priscilla, o ensino oferecido pelas cooperativas é voltado para aspectos como a sustentabilidade, ao trabalho colaborativo e às perspectivas de inclusão. "As cooperativas educacionais se mostram como um modelo que ultrapassa os muros da escola e integra os pais e a comunidade ao ambiente escolar", completou.

Saiba mais:

Coops mirins e escolares: empreendedorismo e solidariedade na prática

Imagem da capa do Podcast PodCooperar

Sintonize no cooperativismo: ouça os podcasts do movimento

Histórias revelam poder transformador desse modelo de negócios coletivo e compartilhado

Podcasts oferecem uma forma de conhecimento envolvente, criativo e que mexe com o imaginário humano. Por meio da audição, histórias, análises e reflexões ganham vida, geram novos aprendizados e oportunidades. Por isso, o cooperativismo brasileiro também tem investido no formato. Em 2023, diversos podcasts coordenados pelo Sistema OCB exploraram o tema com o objetivo de torná-lo ainda mais conhecido e reconhecido pela sociedade, principalmente pelos benefícios e vantagens que oferece como um modelo de negócios sustentável, justo e próspero. 

O primeiro, realizado em parceria com o BrainCast, foi a minissérie Coletividade em Ação: Reinventando a Economia. Na voz do apresentador Carlos Merigo, quatro episódios, com cerca de 25 minutos cada, mergulharam na história e nos impactos do movimento cooperativista:

  • E se você pudesse ter mais voz no seu trabalho?: delineia a trajetória do cooperativismo desde a Inglaterra pós-Revolução Industrial, como chegou ao Brasil, quais os primeiros mercados a utilizar esse modelo de negócios com fundamentos e particularidades. 
  • Cooperativismo como você nunca viu: detalha os principais fundamentos do movimento e como ele funciona na prática. Neste bate-papo, é possível conhecer de forma mais aprofundada a atuação nos Ramos Agro, Crédito, Transporte, Serviços, Energia e Saúde, por meio de histórias reais. 
  • Cooperativismo como você nunca imaginou: evidencia a chave para o crescimento e expansão dos negócios por meio das inovações e práticas ESG – cuidado ambiental, responsabilidade social e boa administração (gestão e governança). 
  • Cooperativismo: Construindo a economia do futuro: explora inspirações e ferramentas do coop para a construção de um futuro mais sustentável, coletivo, justo e igualitário. 

Uma segunda parceria, dessa vez com o Nerdcast, garantiu a produção de um podcast exclusivo sobre o Ramo Crédito para proporcionar uma visão descontraída e educativa sobre o funcionamento e os benefícios das coops desse segmento. Em Os segredos do cooperativismo de crédito, Alexandre Ottoni e Deive Pazos dialogaram com cooperados e com a gerente-geral do Sistema OCB, Fabíola Nader Motta, para destacar como as cooperativas de crédito impactam positivamente na vida das pessoas e da sociedade.

o PodCooperar, produção do próprio Sistema OCB, conta com oito episódios emocionantes que retratam histórias reais de pessoas que tiveram suas vidas transformadas pelo cooperativismo. Cada capítulo foi dedicado a um dos ramos do cooperativismo para oferecer uma visão geral dos princípios e benefícios do modelo de negócios:

Uma história de superação e conquista: conta a história de Maria Eneide Pereira Costa, mulher que enfrentou condições de vida desafiadoras no maior depósito de lixo da América Latina, localizado no Distrito Federal, e que, quando se tornou cooperada, transformou sua realidade. Ela encontrou no cooperativismo uma fonte de esperança e fortalecimento familiar. 

Vidas transformadas pelo cooperativismo: a vida de Maria Luiza Prestes é o tema do episódio. Ex-empregada doméstica, ela se tornou sócia de uma cooperativa no Rio Grande do Sul e pôde concretizar seus sonhos após a chegada da energia elétrica em sua casa, fornecida também por uma coop da região. 

Cuidar das pessoas é nossa essência: Garibaldi Murtosa Júnior conta a história de um menino mineiro que realizou o sonho de ser médico e teve no cooperativismo o apoio que precisava para construir a sua carreira. Para ele, o movimento é mais que um negócio, é uma filosofia de vida.

Cooperativismo pelas estradas: motorista de caminhão, Flávia Reis se tornou cooperada aos 40 anos, quando buscava, junto com seu marido, uma nova forma de trabalho e renda. O casal conheceu o cooperativismo por meio de um familiar e começou uma nova história

O coop no coração da floresta: o engenheiro ambiental Anderson Moreira foi criado na floresta e começa seu dia às cinco horas da manhã, quando vai para a lavoura. Durante a tarde, se dedica à poda de plantas, adubação do solo e colheita. A Cooperativa Camta, em Tomé Açú, no Pará, adquire todos os produtos cultivados em suas terras. Para Anderson, a coop é a base do seu sustento.

Empreender com o apoio do cooperativismo: Paulo Berkenbrock, proprietário de uma loja de roupas e acessórios para surfe e skate em Blumenau (SC) enfrentou dificuldades por conta da pandemia da Covid-19. Foi neste momento desafiador que o cooperativismo entrou na vida da sua família e deu o suporte que eles precisavam para manter o negócio em pé. 

Uma história de vida com o coop: Antônio Albardeiro é cooperado desde 1968 e compartilha uma trajetória cooperativista de 44 anos ao lado de sua esposa, Dona Conceição. Para o casal, os associados são mais do que colegas, são uma extensão da família. 

O cooperativismo como um caminho para a reinserção social: Leilane Sales descobriu no presídio que a Cooperativa Social de Trabalho Arte Feminina Empreendedora (Coostafe) poderia mudar sua vida. Com capacitação profissional e fonte de renda, ela conseguiu desenvolver habilidades em bordado e viu potencial para ser artesã.  

 Os podcasts de 2023 informaram e inspiraram pessoas sobre o engajamento do mundo cooperativista e o papel do movimento na construção de um futuro mais coletivo, justo e sustentável. Os ouvintes puderam testemunhar histórias envolventes que conectaram as narrativas da diversidade e o potencial transformador do coop.

Saiba Mais:

- Programa quer tornar o movimento mais reconhecido ao destacar suas potencialidades

- Os segredos do cooperativismo de crédito

- Podcast espalha poder do cooperativismo

Ilustração com a fotografia da apresentadora e informações sobre a exibição do programa sobre cooperativismo
Ilustração com a fotografia da apresentadora e informações sobre a exibição do programa

Cooperativismo é destaque em programa de TV

Melhor da Noite, da TV Band, vai destacar episódios do SomosCoop na Estrada

O cooperativismo vai marcar presença no programa Melhor da Noite, apresentado por Glenda Kozlowski e Zeca Camargo na TV Band. Todas as terças-feiras de janeiro a março, exceto no dia 13, o programa será palco de inspiração e informação sobre as práticas e conquistas das cooperativas brasileiras no desenvolvimento social e econômico de pessoas, comunidades, cidades e, por consequência, de todo o país. 

Serão exibidas histórias que transformaram a realidade e garantiram mais prosperidade aos cooperados e suas famílias, com o intuito de promover o movimento a nível nacional, tendo em vista o alcance do programa para destacar a importância e os valores cooperativistas. Cápsulas dos episódios das duas temporadas do SomosCoop na Estrada serão reproduzidas, e a apresentadora Glenda fará abordagens importantes sobre o modelo de negócios com o objetivo de enriquecer a discussão sobre o papel das cooperativas na sociedade.

A ação começa nesta terça-feira (30). De acordo com a gerente de Marketing e Comunicação do Sistema OCB, Samara Araujo, a ideia é espalhar o conceito do movimento cooperativista para um público diversificado. “Queremos que o cooperativismo seja cada vez mais conhecido e reconhecido. Que as pessoas entendem as vantagens e benefícios do modelo de negócios e veja nele uma alternativa importante para o seu crescimento pessoal e profissional”, afirmou. 

Bora cooperar? 

Confira os episódios e as cooperativas que terão seus cases de sucesso exibidos no programa:

  • Recicle a Vida (DF) - Exibição: 30/01

  • Cooperativas de São Gabriel do Oeste (MS) - Exibição: 06/02

  • Camta (PA) - Exibição 20/02

  • Sistema Ailos (SC) - Exibição: 27/02

  • Coopmetro (MG) - Exibição: 05/03 

  • Coostafe (PA) - Exibição: 12/03

Saiba Mais: 

SomosCoop na Estrada 

Influenciadores divulgam SomosCoop na Estrada nas redes

Viaje com Glenda Kozlowski na websérie SomosCoop na Estrada

Imagem de uma mão segurando um pequeno globo e em volta papéis coloridos recortados em formato de pessoas.

Cooperativismo pelo mundo

Cooperativismo pelo mundo: 1 bilhão de pessoas por uma economia mais justa e sustentável

Uma em cada oito pessoas no mundo é ligada ao cooperativismo. É isso mesmo, o coop reúne 1 bilhão de pessoas, cerca de 12% da população global, que estão vinculadas a 3 milhões de cooperativas em todo o planeta.

É por isso que, muito provavelmente, você conhece uma cooperativa ou já consumiu algum produto ou serviço com a marca coop. O cooperativismo está na produção de alimentos, nos serviços financeiros, no transporte de cargas e passageiros, no atendimento à saúde, na oferta de moradia digna, na geração de energia e em muitos outros produtos e serviços. 

Em todo o mundo, as cooperativas são responsáveis por 280 milhões de empregos e movimentam US$ 2,17 trilhões anualmente. Se fossem um país, as 300 maiores coops do mundo seriam a 9ª maior economia global. 

Algumas das maiores empresas do mundo são cooperativistas, como a Corporação Mondragon, maior grupo empresarial do País Basco e sétimo da Espanha; e a instituição financeira cooperativa francesa Groupe Crédit Agricole, que movimentou US$ 88,9 bilhões em 2022. 

Os números são impressionantes, mas o principal diferencial do cooperativismo pelo mundo é o cuidado com as pessoas. Todos esses resultados financeiros são consequência de um modelo de negócio baseado em valores e princípios, com gestão democrática e foco no bem-estar dos cooperados, das comunidades e do planeta. 

Em todos os países onde atuam, as coops são reconhecidas por seu potencial de gerar trabalho e renda, fortalecer a economia local, promover valor a longo prazo e atuar em prol da sustentabilidade.

VOZ MUNDIAL

Com participação econômica e papel social tão relevantes, as cooperativas precisam atuar de forma organizada e ter uma representação institucional forte para garantir que o coop ultrapasse fronteiras e mais pessoas façam parte desse sistema socioeconômico justo e sustentável. 

Mundialmente, quem exerce esse papel é a Aliança Cooperativa Internacional (ACI), que reúne, representa e trabalha por todas as cooperativas em âmbito global. Fundada em 1895, a ACI é uma das organizações não governamentais mais antigas e uma das maiores do mundo em número de pessoas representadas: 1 bilhão de cooperativistas. 

A entidade atua a partir de seu escritório global, em Bruxelas, na Bélgica, e quatro representações regionais: Europa, África, Américas e Ásia-Pacífico. A voz mundial do cooperativismo tem oito organizações setoriais – Bancos, Agricultura, Pesca, Seguros, Saúde, Habitação, Consumo e Indústria/Serviços –, além de cinco comitês e redes organizadas: de igualdade de gênero, juventude, pesquisa, direito e desenvolvimento. No total, a rede cooperativa mundial da ACI reúne 305 organizações e 103 países-membros. 

“Acreditamos em uma economia que coloca as pessoas e o meio ambiente em primeiro lugar, que a cooperação é mais efetiva que a competição e que a prosperidade deve caminhar junto com o bem-estar de todos. A ACI é a casa que reúne todas as pessoas que praticam esse tipo de economia e que nos representa no cenário internacional como um movimento forte e integrado, defensor de um modelo socioempresarial intimamente ligado ao desenvolvimento sustentável”, afirma o presidente da ACI, Ariel Guarco. 

COOP BRASILEIRO NO MAPA GLOBAL

Representante das cooperativas brasileiras, o Sistema OCB é parte da ACI desde 1989 e sempre participou ativamente da administração da entidade global. Desde 2022, a atuação brasileira tem ainda mais destaque, com a eleição do presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, para uma cadeira no Conselho de Administração da ACI. 

“É uma honra representar o movimento cooperativista internacional e poder trabalhar para fortalecer a cultura da cooperação em todo o mundo. Nosso objetivo é criar ambientes regionais e globais que possibilitem a formação e o crescimento das cooperativas”, destaca Freitas. 

Além da ACI, o Sistema OCB integra outros grupos multilaterais do cooperativismo, como a Reunião Especializada de Cooperativas do Mercosul (RECM) e a Organização das Cooperativas dos Países de Língua Portuguesa (OCPLP), além de promover intercâmbio e cooperação técnica com sistemas cooperativistas nacionais de outro países. 

A inserção do coop brasileiro no mundo é uma das frentes do trabalho de representação institucional do Sistema OCB. A missão inclui levar os produtos das cooperativas do Brasil para mercados internacionais e mostrar os diferenciais do nosso modelo de negócio. 

De acordo com o coordenador de Relações Internacionais do Sistema OCB, João Martins, o cooperativismo brasileiro tem diferenciais que atendem a demandas cada vez mais relevantes do mercado global, como desenvolvimento sustentável e comércio justo, e é preciso destacar esses atributos para valorizar as coops do país. 

“As cooperativas podem mostrar uma nova marca do Brasil para o mundo. Cabe a nós levantar essa bandeira, defender os interesses das coops e, ao mesmo tempo, dar visibilidade institucional para o movimento que elas representam, de inclusão financeira, de desenvolvimento das comunidades, de caminhos sustentáveis não só do ponto de vista ambiental, mas também social e econômico”, pondera.

Ano Internacional das Cooperativas 

O papel do cooperativismo para um mundo mais justo, próspero e sustentável também é validado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Em reconhecimento à capacidade das cooperativas de apoiar o desenvolvimento de pessoas e comunidades de forma sustentável, a organização declarou que 2025 será o Ano Internacional das Cooperativas

A ONU reconhece a contribuição das cooperativas para a segurança alimentar, redução das desigualdades de gênero, inclusão dos jovens, das pessoas com deficiência, das populações indígenas e dos agricultores familiares e quer fortalecer essas ações em todo o mundo. 

Para isso, durante o Ano Internacional das Cooperativas, a ONU incentivará e apoiará seus 193 países-membros a apoiar suas cooperativas e estimular a criação de novas. A organização vai promover ações de cooperação técnica e transferência de conhecimento entre coops do mundo e quer garantir a participação de representantes cooperativistas em fóruns de decisões locais, regionais e globais.

É a segunda vez que a ONU declara um ano de reconhecimento às cooperativas. Na primeira, em 2012, a entidade reconheceu o papel das coops na retomada global após a crise econômica de 2008. Na época, o impulso da ONU levou a um crescimento significativo do cooperativismo pelo mundo.

imagem de pessoas segurando peças grandes de quebra-cabeça

5 lições do cooperativismo para a política

2024 é ano de eleições municipais no Brasil. A data sempre deixa a política mais presente no dia a dia e coloca o assunto em pauta na casa de milhões de brasileiros. Mas o que isso tem a ver com o cooperativismo? Tudo! 

O cooperativismo é um jeito de fazer negócios que coloca as pessoas em primeiro lugar, unindo desenvolvimento econômico e social, com foco nos cooperados e nas comunidades. Esse modelo justo, democrático e sustentável é uma ótima influência para quem faz política e tem muitos bons exemplos para inspirar quem decide o futuro das cidades, dos estados e do país. 

Veja 5 lições do cooperativismo para a política: 

 

1) A união faz a força

Sozinho, um político, por mais habilidoso que seja, não faz nada. Ele precisa saber atuar de forma cooperativa com o máximo de pessoas possível, sem abrir mão de valores, para conseguir aprovar suas pautas e pleitos. 

No cooperativismo é exatamente assim: a união de pessoas com interesse em comum gera resultados muito melhores do que se estivessem atuando sozinhas. A regra vale para profissionais que se juntam para oferecer seus serviços de forma coletiva, grupos que se unem para comercializar seus produtos com escala e melhores preços, outros que se agrupam em busca de soluções de crédito ou infraestrutura mais justas e acessíveis, entre muitos exemplos. 

Em uma cooperativa, todos trabalham coletivamente para conquistar renda e prosperidade. Além disso, a gestão é democrática e transparente, as decisões dependem da aprovação de todos, e os resultados financeiros são compartilhados, com reinvestimento no negócio ou distribuição entre os cooperados. 

2) Compromisso com a comunidade 

O bom político precisa ter interesse pela comunidade onde atua, defendendo o desenvolvimento da região que o elegeu. 

No cooperativismo, o interesse pela comunidade é um dos nossos princípios. Não basta gerar renda, trabalho e prosperidade apenas para as pessoas diretamente ligadas às cooperativas, é preciso impactar positivamente o entorno, com iniciativas sociais, de educação, inclusão, e muitas outras. 

Onde tem uma cooperativa, a vida das pessoas melhora. Nas cidades onde as cooperativas estão presentes, é possível observar um incremento na arrecadação de impostos, na geração de empregos, na educação e na promoção social. Um estudo feito pelo Sistema OCB e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) comprovou que a presença de uma cooperativa em um município melhora a renda, o nível de emprego e a movimentação da economia.

3) Atuação ética 

O apreço pela honestidade, pela transparência e o respeito ao patrimônio público são valores que todo mundo espera de um bom político. 

No cooperativismo, a integridade, ética e transparência são compromissos inegociáveis, que direcionam o funcionamento e a gestão das coops. Essa atuação responsável abrange o cumprimento de leis e normas, a conformidade social e ambiental, além de boas práticas trabalhistas, valorização dos colaboradores e atuação em prol das comunidades. 

Para garantir que esses compromissos estejam no dia a dia dos negócios, as coops são gerenciadas segundo os princípios da governança cooperativa, baseado na autogestão, transparência, sustentabilidade e no senso de justiça. As diretrizes éticas visam garantir o cumprimento das metas sociais, a administração sustentável e o atendimento do interesse dos cooperados. 

4) Responsabilidade com o meio ambiente

A preocupação com as causas ambientais e a defesa de um modo de produção mais sustentável é uma pauta consolidada na política. Em todo o mundo, as lideranças empenhadas em apoiar a economia verde e combater as mudanças climáticas têm ganhado cada vez mais destaque.

Para o cooperativismo, esse assunto sempre foi uma prioridade. Além de promover o desenvolvimento econômico e social das pessoas e comunidades, o cooperativismo está comprometido com o planeta. As coops são protagonistas da agenda ESG –  sigla em inglês para Environmental, Social and Governance, que se refere a ações Ambientais, Sociais e de Governança.

Em todos os setores em que atuam, as cooperativas desenvolvem ações de cuidado com o meio ambiente, seja com a produção e uso de energias limpas e renováveis, a reciclagem de resíduos, a agricultura de baixo carbono, entre outras iniciativas. 

Até a Organização das Nações Unidas (ONU) já destacou o papel das coops para o meio ambiente: “por ter sua identidade baseada na ética e em valores, as cooperativas entendem que seus negócios não podem perdurar sem boas práticas ambientais, trabalho decente para cooperados e empregados; e tomada de decisão ampla e inclusiva.”  

5) Respeito e valorização da democracia

Um bom político respeita as diferenças e valoriza a diversidade, independente de suas preferências ideológicas. 

No coop o respeito à democracia está presente entre os nossos princípios. O primeiro deles determina que as cooperativas são organizações de adesão livre e voluntária, ou seja, abertas a todas as pessoas aptas a utilizar os seus serviços e assumir as responsabilidades como membros, sem discriminação de gênero, social, racial, política e religiosa.

O compromisso das coops com a diversidade também está na gestão democrática, na valorização das visões e opiniões para criar ambientes colaborativos, na comunicação aberta e respeitosa e nas ações de inclusão e equidade promovidas entre colabores, cooperados e nas comunidades em que atuam. 

 As cooperativas brasileiras na política

Para dar voz e visibilidade às cooperativas brasileiras nos espaços de decisão e de formulação das políticas públicas do país, o Sistema OCB tem uma equipe especializada em representação institucional. São cientistas políticos e especialistas técnicos que atuam estrategicamente para defender os interesses das cooperativas brasileiras, apresentar informações sobre o poder transformador do coop e impedir medidas que possam afetar negativamente nosso modelo de negócio.

Uma das frentes da representação institucional é a atuação junto aos Três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário. O trabalho envolve a articulação política com deputados e senadores no Congresso Nacional, agendas com autoridades do governo e o acompanhamento de processos relacionados ao coop nos tribunais superiores. 

No Congresso, a defesa dos interesses das cooperativas é feita em conjunto com a Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), uma bancada suprapartidária formada por deputados e senadores que abraçaram a causa cooperativista. 

Criada em 1986, na atual legislatura a Frente tem 325 parlamentares: 285 deputados e 40 senadores, mais da metade da bancada das duas Casas. O grupo atua de forma articulada e transparente com a equipe do Sistema OCB para garantir que o cooperativismo esteja na agenda do Parlamento na discussão de leis que impactam o setor, tanto nas comissões temáticas quanto nas votações em plenário. 

Em 2023, o trabalho de representação institucional garantiu uma conquista política muito importante para as cooperativas brasileiras: a inclusão e aprovação de dispositivos que consideram a necessidade do adequado tratamento tributário ao ato cooperativo e permitem a criação de um regime específico de tributação para as cooperativas no texto da Reforma Tributária.

Quer acompanhar o trabalho do Sistema OCB junto aos Três Poderes? Acesse a Agenda Institucional do Cooperativismo e fique por dentro de todos os assuntos da política nacional relacionados ao coop. 

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