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Cooperativismo se aprende na escola: conheça o trabalho de coops educacionais

A professora paraense Alana Adinaele conheceu o cooperativismo bem cedo, ainda na infância, na Cooperativa dos Educadores Autônomos de Castanhal (CEAC), escola onde aprendeu as primeiras letras e palavras, na alfabetização. Anos depois, tornou-se professora, cooperada e hoje é diretora administrativa da instituição, que tem seis unidades e é referência na educação infantil e ensino fundamental no município, localizado na Região Metropolitana de Belém. 

“Foi uma experiência que moldou toda a minha trajetória. Eu já sabia que minha escola era diferente, que se preocupava com as pessoas, com o meio ambiente. Depois entendi que o fato de ela ser uma cooperativa tinha tudo a ver com o que ela representa para a comunidade, não só para os alunos e professores, mas para todo mundo em volta”, conta Alana. 

Com mais de 20 anos de atuação, a CEAC é uma das 213 cooperativas educacionais em funcionamento no país, que reúnem mais de 190 mil cooperados e geram cerca de cinco mil empregos diretos. Segundo dados do Sistema OCB, a maioria das escolas cooperativistas brasileiras são pequenas e médias, com até 500 matrículas. Em 2023, o segmento educacional cooperativista gerou R$802 milhões em receitas. Mas o principal resultado é outro: as coops educacionais têm ajudado a formar novos cooperativistas pelo Brasil. 

Nas escolas da CEAC, por exemplo, além da grade curricular tradicional, os estudantes têm aulas de cooperativismo e, por meio de atividades lúdicas, aprendem desde pequenos a valorizar a união, a solidariedade e a cultura de cooperação. 

“Esse é o principal diferencial de fazer parte de uma cooperativa educacional. Não é só a educação pela educação, mas como ferramenta para ajudar a formar pessoas mais conscientes, que se preocupam de fato com a sustentabilidade das pessoas e do planeta”, pondera Alana. 

O projeto pedagógico diferenciado da cooperativa paraense segue diretrizes do Cooperjovem, um programa nacional do Sistema OCB que estimula a inclusão do cooperativismo na grade de ensino regular de escolas públicas e privadas. 

A iniciativa promove a cultura da cooperação no ambiente escolar, incentivando o envolvimento de professores, estudantes, famílias e comunidade, com base em valores como voluntariado, autonomia e ajuda mútua.

O Cooperjovem é estruturado em quatro eixos temáticos: educação cooperativista, empreendedora, financeira e ambiental.

“O Cooperjovem tem como propósito formar protagonistas na construção de uma sociedade consciente, colaborativa e próspera. Entre as competências gerais que devem ser desenvolvidas ao longo da educação básica, a Base Nacional Comum Curricular [BNCC] destaca a empatia e a cooperação, que têm como objetivo formar sujeitos capazes de respeitar as diferenças, trabalhar em equipe, tomar decisões, realizar ações e projetos de forma cooperativa”, explica a gerente de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB, Débora Ingrisano. 

Em 2019, uma pesquisa com professores, pais e alunos comprovou o impacto positivo do Cooperjovem para o aumento do nível de conhecimentos, habilidades e atitudes cooperativas. Ou seja, os estudantes que passam pelo programa desenvolvem competências colaborativas de forma mais significativa do que aqueles que não participam. 

Alana confirma essa transformação positiva na prática, e afirma que os resultados ultrapassam os muros da escola e beneficiam toda a comunidade local. “A gente vê os nossos alunos extremamente envolvidos em boas causas justamente por conta da cooperativa, vê nossos alunos consumindo produtos coop, alguns já querendo querendo constituir uma cooperativa. E isso é muito gratificante. Como professora de cooperativismo fico extremamente emocionada”, conta, orgulhosa a cooperativista, que também é  coordenadora geral do Comitê Nacional de Jovens do Sistema OCB, o Geração C

Minicidade cooperativista 

Na outra ponta do país, uma cooperativa educacional de Concórdia, em Santa Catarina, tornou-se referência nacional por um projeto inovador: uma minicidade cooperativista. Isso mesmo, a Cooperativa Educacional Magna - Colégio CEM  criou uma pequena comunidade com Prefeitura, Câmara de Vereadores, espaço cultural, biblioteca, centro de convenções, supermercado e cooperativas de crédito. A minicidade tem regras de trânsito e até eleição de prefeito.

Tudo pensado para que os estudantes e professores vivenciem experiências reais em que possam colocar em prática os princípios do cooperativismo. Na minicidade coop, os cerca de 500 estudantes do Colégio CEM são estimulados a aplicar valores como cidadania e cooperação em atividades que envolvem todas as disciplinas curriculares.

“Queremos que os nossos alunos desenvolvam valores e princípios que os levem a perceber e a efetivar mudanças de comportamento, de paradigma e a transformação de sua realidade política e social. Queremos incentivá-los a terem respeito com o outro e com a comunidade que está a sua volta”, explicou a presidente da cooperativa, Elizeth Pelegrini, em uma reportagem especial publicada pela Revista Saber Cooperar

Criado a partir da união de professores que formaram a cooperativa para evitar o fechamento da escola onde trabalhavam, o CEM já completou 26 anos formando novos cooperativistas e coleciona prêmios e reconhecimentos pela minicidade cooperativista e outros projetos pedagógicos. “Nós temos a oportunidade de vivenciar todos os dias o cooperativismo na nossa instituição. Os alunos podem colocar em prática o que aprendem em sala de aula e aplicar isso ao longo da vida”, acrescenta Elizeth.

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Bora entender mais sobre o cooperativismo?

Websérie detalha de forma simples e leve o que é, os princípios e como funciona o modelo de negócios 

Que tal conhecer um pouco mais sobre o cooperativismo e os diferenciais desse modelo de negócio que leva prosperidade para todos a sua volta? O SomosCoop acaba de lançar a websérie Bora Entender, planejada para explicar de forma simples e leve o que é, como funciona, onde o coop está presente e o que o tornou tão importante para o desenvolvimento social e econômico no Brasil e no mundo. A primeira temporada conta com quatro episódios no total e o primeiro, História e princípios do cooperativismo, já está disponível no canal do SomosCoop no Youtube.

 A união de pessoas para alcançar um objetivo econômico comum que gera oportunidades de trabalho, melhora a qualidade de vida de produtores rurais, leva infraestrutura para as mais diversas regiões do país, bem como outros benefícios inerentes ao cooperativismo são alguns dos pontos explorados no primeiro episódio. Além disso, são detalhados os sete princípios que regem suas atividades e um pouco da história que envolve a criação do movimento em 1844, na Inglaterra.  

Já o segundo episódio, Onde estão as cooperativas, explora o fato de que o cooperativismo está presente nas mais diversas atividades econômicas e em todas as regiões do Brasil, bem perto de todos. Ele cuida do desenvolvimento sustentável, leva comida às mesas da população, faz a diferença na saúde, atua no transporte de passageiros e cargas, oferece serviços bancários, internet e eletricidade para campo, gera empregos, contribui para a educação e muito mais. Tudo isso com um jeito mais humano, cuidados e atento ao que precisamos enquanto sociedade.  

Mas, Como funciona uma cooperativa na prática? O terceiro episódio detalha. Com ele, fica bem mais fácil entender como as cooperativas se organizam e desenvolvem suas atividades na prática. Os sete ramos de atuação são detalhados, assim como os requisitos necessários para formar, desenvolver e manter uma cooperativa forte e sustentável, com resultados positivos para seus cooperados e comunidades. Mostra ainda que, com boas práticas de gestão e governança, a coop pode prosperar e se transformar em uma gigante do setor, inclusive desenvolvendo seu potencial em mercado além das fronteiras brasileiras.  

E Será que o coop é bom para mim? Com certeza! O último episódio da websérie destaca como o modelo de negócio oferece benefícios para todo mundo que busca um mundo mais justo e próspero.  Para quem escolhe ser cooperado, o coop é a certeza de poder participar das decisões de forma democrática e usufruir da força de fazer junto. Para quem busca trabalho, o cooperativismo é uma excelente opção e está sempre a procura de profissionais inovadores e com coragem de pensar e de fazer diferente. E, para quem compra, o coop entrega qualidade, preço justo e responsabilidade socioambiental.  

Ficou inspirado para saber mais e descobrir outros detalhes sobre o cooperativismo?

Então, acesse já o primeiro episódio da websérie e aguarde os demais toda quarta-feira no nosso canal. 

Juntos, SomosCoop! 

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Negócios com propósito? O cooperativismo tem!

A solidariedade está na essência do cooperativismo e orienta o nosso jeito de fazer negócios, gerar trabalho e renda. No coop, os resultados só fazem sentido com  responsabilidade social, compromisso que diferencia as cooperativas das empresas convencionais e que fazem do nosso modelo a melhor opção para a economia do presente e do futuro, com atuação ética e sustentável. 

Para as cooperativas brasileiras, a sustentabilidade não é apenas uma tendência, uma palavra bonita. É um compromisso essencial, um objetivo tanto econômico quanto social.  Estudos comprovam que onde tem cooperativa, a economia local se desenvolve mais, com benefícios diretos para a comunidade.

Seja por meio da geração de emprego ou pelo estímulo ao comércio local, ao exercer suas atividades, as cooperativas acabam investindo recursos nas comunidades. E algumas coops vão além, impactando ainda mais a fundo a vida de cada indivíduo e construindo laços entre pessoas.

Quando o Rio Grande do Sul passou por inundações causadas pelas fortes chuvas que atingiram o estado em maio deste ano, o movimento cooperativista prontamente se uniu para trabalhar pela reconstrução do que foi perdido. As ações seguem em andamento e mobilizam os sete ramos, seja por meio de doações, parcerias com entidades e prefeituras, oferta de recursos emergenciais e presença física em centros de distribuição.

Respeito à tradição

O cooperativismo é a melhor alternativa para quem deseja fazer negócios de forma honesta, digna e com respeito à diversidade.

Foi assim que surgiu, em fevereiro de 2019, a Cooperativa Mista dos Povos e Comunidades Tradicionais da Calha Norte, a Coopaflora. A coop abraça a pluralidade dos povos indígenas, quilombolas e assentados dos municípios de Alenquer e Oriximiná, no Pará; e de Nhamundá, no Amazonas. 

A região de atuação da Coopaflora é considerada uma das mais conservadas da Amazônia brasileira. E a cooperativa tem participação direta nisso, por promover a extração sustentável de frutos como pimenta, cumaru, andiroba e copaíba. Os processos são realizados seguindo a tradição indígena, em uma jornada que requer preparo e experiência, como na extração da castanha-do-pará, quando os extrativistas passam dias na mata buscando os frutos da castanheira. 

Em pouco mais de cinco anos, a cooperativa passou de 36 para 100 cooperados. Segundo a presidente da Coopaflora, Daiana Silva, aproximadamente 400 famílias se beneficiam das atividades nos territórios onde a coop está. “Manter a floresta em pé gera uma economia sustentável”, afirma. 

“O cooperativismo dá oportunidade para várias famílias venderem o que produzem de forma digna e ética, valorizando a todos”, complementa Daiana. Exemplo disso é a rastreabilidade dos frutos: quem compra castanha da Coopaflora consegue identificar a história por trás daquele produto, de qual território ele saiu, se quilombola ou indígena, e como chegou ao mercado. 

Esse tipo de informação é cada vez mais valorizado pelo consumidor consciente. Segundo a especialista em estratégia empresarial e sustentabilidade Claudia Leite, o propósito de um negócio gera sensação de confiança entre os envolvidos.  “É a razão fundamental para que aquela organização exista, a diferença que ela faz no mundo. É aquilo que ela executa todos os dias para gerar valor para todos aqueles que impactam ou são impactados no negócio”, destaca Claudia. “E gerar valor para o negócio aumenta valor de mercado, reputação,  retorno financeiro e crescimento”, acrescenta. 

Construindo propósito

Mas qual o caminho para chegar a negócios com propósito? De acordo com a especialista, o primeiro passo é definir qual a cultura e as políticas organizacionais que vão nesse sentido, e nisso o cooperativismo sai na frente, porque é um sistema econômico baseado em princípios. “Eu vejo o cooperativismo como uma gestão virtuosa que, na essência, já nasce a partir de seus princípios, de seus valores, muito alinhado com aquilo que se espera do propósito de uma organização”, afirma. 

Segundo Claudia Leite, a cultura de um negócio tem a ver com normas e valores que vão determinar como os colaboradores e demais participantes irão agir. Ela orienta tanto o comportamento interno quanto a relação com os consumidores e a comunidade. E tudo isso precisa ser refletido em ações, para que a sustentabilidade seja, de fato, uma realidade, não apenas uma aspiração ou uma maquiagem de responsabilidade social e ambiental. 

No mercado, há um termo para quem cria ações sustentáveis de pouca ou nenhuma aplicação prática: greenwashing. São geralmente marcas que fazem marketing sobre suas ações de sustentabilidade, mas não conseguem comprová-las com certificações de sustentabilidade reconhecidas nem oferecem meios de provas práticas de preservação do meio ambiente e respeito às pessoas.

O cooperativismo, por essência, sabe disso e preza por iniciativas sólidas e verdadeiramente conscientes. “É um modelo de negócios que é essencialmente sustentável e também correto em toda a maneira que ele faz essa gestão e esse compartilhamento das responsabilidades. No cooperativismo de crédito, por exemplo, há o compartilhamento inclusive dos resultados”, pondera a especialista.

 

Oportunidade para todos

A Cooperativa Social de Trabalho Arte Feminina Empreendedora (Coostafe) também é exemplo de coop que surgiu com propósito. Formada por mulheres custodiadas do sistema penitenciário em Ananindeua (PA), a Coostafe nasceu do sonho da diretora do Centro de Recuperação Feminino, Carmen Botelho, em 2014. 

Sensibilizada com as condições de vida das mulheres e o interesse delas em estudar e trabalhar, Carmen se mobilizou e, com apoio do Sistema OCB/PA, criou a cooperativa na intenção de gerar trabalho e renda para que elas pudessem sustentar suas famílias. 

Tudo começou com um curso de qualificação profissional de artesanato. Após a formação, as cooperadas começaram a produzir suas peças com máquinas de costura doadas por uma cooperativa da Polícia Militar local. Todo o material criado foi vendido em uma feira e o valor arrecadado foi inteiramente distribuído entre as novas empreendedoras.

Atualmente, a Coostafe é formada por cerca de 30 mulheres em privação de liberdade que trabalham na criação de peças de artesanato, costura, pintura e bordado. A produção é vendida em feiras e mostras de artesanato em todo o estado. Mais de 200 mulheres já participaram da cooperativa desde a sua fundação. 

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Chega ao fim a terceira temporada do SomosCoop na Estrada

Oito episódios revelaram como o trabalho do cooperativismo muda realidades em todo o país 

A terceira temporada do SomosCoop na Estrada terminou e, junto com as duas primeiras, já são mais de 24 mil quilômetros percorridos pelo Brasil, e 360 horas de gravações. Foram oito histórias inspiradoras que mostraram, mais uma vez, como o cooperativismo é capaz de transformar vidas.  

Durante essa temporada, a equipe passou por Pernambuco, Sergipe, Mato Grosso e Rio de Janeiro para contar sobre o impacto positivo do trabalho cooperativo nas comunidades. 

No primeiro episódio, a jornada começou em Cabaceiras, na Paraíba, onde a cooperativa Arteza se destaca pelo trabalho com couro, na produção de acessórios de alta qualidade com métodos sustentáveis. O segundo, seguiu viagem pelo Nordeste e levou o público ao Vale do São Francisco, em Pernambuco, para conhecer a Coopexvale, uma cooperativa agrícola que surpreende pela capacidade de produzir até duas safras e meia de uvas por ano, com foco em exportação e qualidade. 

Em uma nova passagem pela Paraíba, o terceiro episódio destacou a Unimed de João Pessoa, que não só oferece serviços de saúde, mas também desenvolve importantes projetos sociais, como o Mãos que Apoiam, em prol das mulheres com câncer de mama. Já em Sergipe, a quarta visita apresentou a Cercos, uma cooperativa que ilumina 16 povoados no município de Lagarto, e ainda desenvolve projetos de perfuração de poços artesianos, que beneficia milhares de famílias. 

O Rio de Janeiro compôs o cenário do quinto episódio, onde três cooperativas – Data Coop, Coopas e Libre Code – se uniram para oferecer um modelo de negócios inovador, especialmente para profissionais que buscam alternativas ao empreendedorismo tradicional. O próximo episódio, o sexto da temporada, chegou a Mato Grosso, onde equipe visitou a Cooperfibra, uma cooperativa agrícola que se destaca pela produção sustentável de soja, milho e algodão, e que é uma das principais produtoras de grãos entre as cooperativas do Ramo Agro. 

No Espírito Santo, a rota incluiu a Cooperativa de Transporte Sul Serrana, que realiza transporte escolar em nove municípios, com benefícios e segurança para os cooperados e para os estudantes. Por fim, o último episódio mostrou a Cafesul, também no estado capixaba, que produz a linha especial de café Póde Mulheres, totalmente cultivada e processada por mãos femininas, que promovem o desenvolvimento econômico e social na região. 

Saiba Mais: 

YouTube: SomosCoop na Estrada 

https://www.somos.coop.br/na-estrada 

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Cursos e especializações sobre cooperativismo abrem portas para o mercado de trabalho

Em 2023, o cooperativismo gerou mais de 550 mil empregos em todo o Brasil, número que tem crescido ano após ano. Presente em diversos setores da economia, desde a agricultura até o setor financeiro, o cooperativismo se destaca como um importante gerador de empregos e oferece amplas oportunidades de crescimento profissional. 

Aberto ao mercado global, o modelo econômico baseado no desenvolvimento sustentável e justo tem crescido continuamente e se tornado cada vez mais especializado. Essa expansão demanda profissionais qualificados, com conhecimento sobre o cooperativismo e suas particularidades.

Na busca pelas melhores oportunidades de trabalho no cooperativismo, sai na frente quem tem conhecimento técnico e prático sobre o funcionamento das cooperativas, a legislação que regulamenta o setor e outras especificidades desse jeito diferente de pensar, consumir e fazer negócios. 

Atentas a essa necessidade de formação, diversas instituições de ensino pelo país oferecem cursos voltados ao mercado de trabalho cooperativista. Em todo o Brasil, há pelo menos 46 graduações e 17 pós-graduações com foco no coop. 

Na graduação, a oferta de cursos inclui um  Bacharelado em Cooperativismo, oferecido pela 

Universidade Federal de Viçosa (UFV); sete cursos de Tecnólogo em Gestão de Cooperativas em universidades e institutos federais e 38 em instituições de ensino privadas, nas modalidades presencial ou Educação a Distância, segundo dados do Ministério da Educação (MEC).

Já as especializações abrangem áreas do conhecimento como Comunicação; Auditoria; Contabilidade; Liderança e Gestão de Equipes; Gestão da Inovação; e Direito Cooperativo. Em uma inovação cooperativista, professores e pesquisadores das melhores escolas de negócios do país criaram uma cooperativa, a Execoop, para oferecer formações executivas com foco no coop. 

Entre as instituições de ensino públicas com cursos voltados ao cooperativismo, se destacam a Universidade Federal do Rio Grande (FURG); a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); o Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense (IFSul); a Fundação Universidade Federal do Tocantins (UFT); a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB); e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IFBaiano). 

Entre as escolas privadas, uma das referências nacionais é a Escola Superior do Cooperativismo (Escoop), primeira faculdade voltada exclusivamente ao cooperativismo no Brasil. 

O que todas elas têm em comum? Preparam, e bem, profissionais para atuar nas mais de 4.500 cooperativas brasileiras e nas instituições de apoio e representação do cooperativismo. 

Tradição cooperativista 

Criado em 1975, o bacharelado da UFV se destaca como pioneiro na formação cooperativista e é bastante concorrido. De acordo com o coordenador do curso, Pablo Murta Baião Albino, um dos motivos da alta demanda é a grade curricular atualizada, que se renova com frequência para atender às novas demandas no mercado de trabalho. “As necessidades são identificadas e analisadas a partir de estudos e pesquisas desenvolvidas por professores e parceiros”, afirma. 

O currículo do  Bacharelado em Cooperativismo da UGV inclui disciplinas ligadas à administração, gestão, contabilidade, legislação, e outras áreas do conhecimento. No momento, a universidade trabalha na criação de três novas matérias: ESG e os desafios das organizações coletivas; Governança Cooperativa; e Projetos de Inovação em Organizações Cooperativas.

Com currículo de excelência, os estudantes formados no curso da UFV entram com o pé direito no mercado de trabalho cooperativista: em 2017, um estudo demonstrou que 72,7% dos ex-alunos conseguiram trabalho dentro do próprio sistema cooperativo. Segundo Albino, este ano, um novo levantamento começou a ser feito pela universidade e dados atualizados serão divulgados em 2025. 

“O Sescoop [Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo] é um demandante e as cooperativas, em busca de profissionalização da sua gestão, também vem demandando profissionais formados em cooperativismo”, pontua Albino. “Vivemos um momento de crescimento orgânico da demanda. Quanto mais egressos do curso entram no mercado, mais cresce a procura devido à qualidade apresentada pelos alunos formados na UFV”, completa o coordenador.

Experiência na prática

Os bacharéis em Cooperativismo Dener Souza e Thiago Mariano são bons exemplos dessa inserção profissional. Formados pela UFV, eles saíram da faculdade e encontraram muitas portas abertas. 

Contratado pelo Sescoop Minas Gerais logo após se formar, há seis anos, Souza destaca que, além da formação ampla e com práticas extracurriculares voltadas às necessidades das cooperativas, o curso na UFV proporcionou a conexão com uma rede de colegas cooperativistas. 

“Além do conteúdo, o curso permite vivências que vão te ajudar posteriormente, muitas oportunidades de networking”, avalia. Hoje, Souza faz parte de um grupo criado por ex-alunos para conectar profissionais formados pela UFV espalhados em várias Organizações Estaduais do Sistema OCB.

Colega de Souza na UFV, Thiago Mariano lembra que conheceu o cooperativismo no Ensino Médio, quando soube da possibilidade de construir uma carreira no coop.

O primeiro passo, ainda na graduação, foi a participação na  Empresa Júnior de Gestão de Cooperativas e Cooperativismo (Campic), que funciona na UFV. “Comecei com a função de organizar alguns grupos de estudo e terminei como presidente da cooperativa da empresa júnior”, conta Mariano, que permaneceu por três anos no projeto.

Após passar por cooperativas agropecuárias e de crédito, atualmente Mariano é analista sênior de Desenvolvimento de Cooperados na Unimed Belo Horizonte, uma das maiores cooperativas do país. 

Agora do ponto de vista de quem contrata, Mariano afirma que a formação cooperativista faz toda a diferença na seleção de novos colaboradores, porque são profissionais que conhecem as especificidades do setor e compreendem a importância do cooperado, o ativo mais valioso de todo o sistema. 

“Tive a oportunidade de trabalhar com excelentes profissionais, mas que não tinham formação em cooperativismo e quando chegavam na cooperativa ficavam um pouco perdidos, com dificuldade de compreender o modelo de negócios”, relembra.

Mercado de trabalho amplo 

Também ex-aluno do curso de Cooperativismo da UFV, o coordenador de Meio Ambiente do Sistema OCB, Alex dos Santos Macedo, afirma que a formação versátil e especializada deu a ele ferramentas para lidar com questões complexas das cooperativas e instituições cooperativistas pelas quais passou ao longo de sua carreira. 

“Esse diferencial me possibilitou compreender o modelo de negócios das cooperativas, identificando suas dores e virtudes, o que é essencial para pensar em soluções organizacionais e fortalecer os relacionamentos institucionais que geram resultados e vantagens para as cooperativas.” 

Com experiência nas Organizações Estaduais do Sistema OCB no Amazonas, Espírito Santo e Paraná, Macedo acumulou, ao longo dos anos, conhecimentos sobre políticas públicas, gestão pública e relacionamento governamental. 

Segundo Macedo, o cooperativismo é o modelo de negócios do futuro e está em pleno crescimento, com oportunidades de atuação em várias áreas: 

  • gestão e administração de cooperativas;
  • finanças e contabilidade;
  • desenvolvimento de negócios e comercialização;
  • recursos humanos;
  •  sustentabilidade e responsabilidade social;
  • educação e formação cooperativista
  • educação e formação cooperativista;
  • representação institucional e advocacy 

Para se sair bem no mercado de trabalho cooperativista, segundo Macedo, é crucial entender de sustentabilidade e ESG e ter capacidade para liderar equipes e projetos de maneira colaborativa. Isso sem falar dos princípios e valores cooperativistas, as diferenças na estrutura de governança e como elas se aplicam a diferentes tipos de cooperativas.

“Os novos profissionais que dominarem esses conhecimentos e habilidades estarão bem preparados para enfrentar os desafios do cooperativismo no futuro, promovendo um modelo de negócios que é não apenas sustentável e inclusivo, mas também capaz de gerar valor econômico e social de forma equilibrada.

Conheça os cursos superiores cooperativistas mais bem avaliados do Brasil 

Universidade Federal de Viçosa (UFV) — Cooperativismo

  • Modalidade: Bacharelado
  • Presencial
  • 3.255 horas
  • 4 anos e meio/ 9 semestres
  • 40 vagas - Integral
  • Público

 

Escola Superior do Cooperativismo (Escoop) - Tecnologia em Gestão de Cooperativas 

  • Modalidade: Tecnológico
  • Presencial
  • 1.600 horas
  • 2 anos/ 4 semestres
  • 50 vagas -  Noturno
  • Privado

 

Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)  — Gestão de Cooperativas

  • Modalidade: Tecnológico
  • Presencial
  • 1.630 horas
  • 3 anos/ 6 semestres
  • 40 vagas -  Noturno
  • Público

 

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) — Gestão de Cooperativas

  • Modalidade: Tecnológico
  • Presencial
  • 1.900 horas
  • 3 anos/ 6 semestres
  • 60 vagas - Integral
  • Público

 

Universidade Cesumar (UniCesumar) — Gestão de Cooperativas*

  • Modalidade: Tecnológico
  • A distância
  • 1.988 horas
  • 2 anos/ 4 semestres
  • 5.000 vagas
  • Particular

 

Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Sul (Unijui) — Gestão de Cooperativas

  • Modalidade: Tecnológico
  • Presencial (Santa Rosa) e A distância
  • 1.650 horas
  • 2 anos e 2 anos e meio/ 4 e 5 semestres
  • 70 vagas - Noturno
  • Particular

 

Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) — Gestão de Cooperativas

  • Modalidade: Tecnológico
  • A distância
  • 1.600 horas
  • 2 anos/ 4 semestres
  • 200 vagas
  • Particular

 

Centro Universitário da Grande Dourados (UniGran) — Gestão de Cooperativas

  • Modalidade: Tecnológico
  • A distância
  • 1.700 horas
  • 2 anos e meio/ 4 semestres
  • 500 vagas
  • Particular

 

Centro Universitário Assis Gurgaz (FAG) — Gestão de Cooperativas

  • Modalidade: Tecnológico
  • A distância
  • 1.800 horas
  • 1 ano/ 2 semestres
  • 2.000 vagas
  • Particular

 

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IFBaiano) — Gestão de Cooperativas

  • Modalidade: Tecnológico
  • Presencial (Serrinha)
  • 1.720horas
  • 3 anos/6 semestres
  • 40 vagas - Noturno
  • Particular

 

Faculdade ISAE Brasil - Gestão de Cooperativas

  • Modalidade: Tecnológico
  • A distância
  • 1.920 horas
  • 4 semestres
  • 600 vagas
  • Particular

 

Faculdade Unimed - Gestão de Cooperativas 

  • Modalidade: Tecnológico
  • Presencial
  • 1.720 horas
  • 5 semestres
  • 40 vagas - Noturno
  • Particular

Fonte: e-MEC.

 

Cooperativistas do futuro

Por meio do programa Aprendiz Cooperativo, o Sistema OCB promove o encontro entre coops e jovens de 14 a 24* anos incompletos. A iniciativa faz parte do eixo temático CapacitaCoop e abrange uma formação técnico-profissional com aprendizado sobre o modelo de negócio, as responsabilidades dentro das cooperativas de acordo com a profissão e, ao abordar os princípios, valores e outros aspectos do movimento cooperativista, reforça a cultura cooperativista. Em algumas cooperativas, os aprendizes com bom desempenho são contratados como estagiários ou colaboradores. 

Carga horária: > 1.000 horas.

Requisitos: estar matriculado e frequentando a escola.

Seleção: feita pela cooperativa, via Sescoop da Organização Estadual.

*Aprendiz PCD: não se aplica o limite de idade.

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