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Três cooperativas inovadoras que você precisa conhecer

Quando o assunto é inovação, as cooperativas brasileiras têm lugar de destaque no cenário nacional, com premiações, reconhecimentos  e, claro, desenvolvimento de soluções que melhoram a competitividade dos negócios coop e a vida dos 20,4 milhões de cooperados

Para 84% das cooperativas do país, inovar é um tema considerado muito importante, e 79% já têm a inovação em seus planejamentos estratégicos, segundo levantamento feito em 2024, com 1.001 cooperativas, pelo  Sistema OCB – entidade que representa o cooperativismo no Brasil. 

“No cooperativismo, a inovação tem um papel fundamental: gerar valor e resultados fazendo com que todo o impacto econômico e social que este modelo de negócio representa chegue a mais pessoas, em todos os ramos em que elas atuam”, afirma o gerente de Inteligência e Inovação do Sistema OCB, Guilherme Costa. 

As coops têm apostado em inovação tanto internamente, com investimentos, criação de laboratórios e melhoria da gestão; quanto na inovação aberta, em conexão com outras instituições, entre elas as startups, as jovens empresas de base tecnológica. 

De acordo com a nova pesquisa do Sistema OCB, 53% das cooperativas inovam no atendimento ao cliente, 53% no marketing e na comunicação externa, 48% em tecnologia e 43% na parte comercial. 

Com cooperativas de todos tamanhos, em vários setores da economia e espalhadas pelo Brasil – 4.693 no total – o grau de inovação no segmento cooperativista também é diverso. De um lado, há coops estão começando a desenvolver programas de estímulo a novas ideias e definindo as fontes de recursos  para inovar. Na outra ponta, estão as cooperativas que são referência em inovação, com iniciativas de impacto e resultados que têm transformado seus negócios. 

Conheça algumas delas:

Unimed-BH: atendimento à saúde na era dos dados

Com mais de 1,5 milhão de clientes, a Unimed-BH tem levado a inovação no setor de saúde a um novo patamar, com soluções que combinam tecnologia e valorização das pessoas para melhorar o atendimento. A coop mineira tem inovações utilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e há três anos consecutivos aparece no top 3 do Prêmio Valor Inovação Brasil na categoria e Seguradoras e Planos de Saúde. 

“No setor de saúde, a inovação é uma constante. É um dos setores em que o ritmo de lançamento de novas tecnologias está cada vez mais acelerado e a transformação digital tem se intensificado, sobretudo após a pandemia, quando os atendimentos em formato digital ganharam escala”, explica o diretor-presidente da Unimed-BH, Frederico Peret. 

Mais que uma aposta tecnológica, a estratégia da Unimed-BH para a área de inovação tem uma abordagem integrada, com atuação centrada no cliente, orientada por dados e com foco na sustentabilidade. “O objetivo é responder aos desafios conectados às jornadas do cooperado e do cliente com inovações cada vez mais focadas em saúde digital, autosserviços, inteligência artificial, novas soluções para atendimento médico e criação de novos negócios”, lista Peret

Entre as inovações que levaram a Unimed-BH a se tornar referência no setor, estão o aplicativo da cooperativa, em que os clientes podem acessar dados e documentos de saúde de maneira centralizada; e o modelo de telemedicina, criado em 2020, no começo de pandemia de Covid-19. 

Com uma  plataforma digital própria de teleconsulta, os médicos cooperados realizavam atendimentos à distância durante o período de isolamento. O serviço foi tão bem sucedido que continua em funcionamento até hoje com atendimento online 24 horas. Desde o lançamento, a central já realizou mais de 1,3 milhão de consultas. Além disso, a plataforma passou a ser utilizada pela Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte para atendimentos de pacientes do SUS. 

Agora, a Unimed-BH tem investido em estratégias baseadas no conceito “fígital”, que combina os ambientes físico e digital para melhorar a atenção à saúde. Na prática, os serviços tecnológicos são sempre aliados à possibilidade de atendimento humano. Além disso, a cooperativa aposta em recursos digitais que facilitem as condições de trabalho dos médicos para que eles possam se dedicar ao cuidado com os pacientes. 

“Diferentemente de outros setores, em que há espaço para que a tecnologia substitua totalmente o atendimento humano, a saúde evolui a partir da prática do cuidado que, por sua vez, se enriquece com o conhecimento humano, que é algo único. A Unimed-BH tem se consolidado como uma das empresas de saúde no Brasil que mais investe na criação de modelos de inteligência artificial, em telemedicina e no uso de robôs para interação com clientes e médicos”, afirma Peret.

Com um centro de inovação em funcionamento há quase dez anos, a Unimed-BH também mantém conexões com startups, universidades e grandes empresas de tecnologia para seguir na vanguarda da transformação do setor de saúde. 

No mapa da inovação da coop mineira, o destaque da vez é o uso de dados para desenvolvimento de modelos de Inteligência Artificial para a saúde – já são 29 em operação. Além disso, a Unimed-BH criou um estúdio de novos negócios, a Horizontes Studio, para comercializar produtos digitais desenvolvidos com a expertise da cooperativa, como apps e plataformas. 

Sistema Ailos: tecnologia para inclusão financeira

Como ser inovador em um segmento em que a transformação digital é constante como o setor financeiro? A resposta do Ailos, um sistema de cooperativas de crédito criado em Santa Catarina, foi bem cooperativista: investindo em pessoas. 

Em 2017, quando o tema inovação entrou no radar do Ailos, o sistema cooperativista decidiu formar um time para trabalhar exclusivamente com o assunto e criou o Laboratório de Inovação (Lab).

A equipe multidisciplinar reúne profissionais de diferentes áreas e tem a missão de desenhar a estratégia e executar os programas de inovação do Ailos. O Lab atua na inovação corporativa, estimulando uma cultura de inovação nas cooperativas de crédito do sistema e capacitando os colaboradores com competências para inovar; na inovação aberta, em conexão com ecossistemas de inovação externos para gerar novos negócios;  e na experimentação de ferramentas inovadoras antes do lançamento dos novos produtos e serviços. 

“Um dos objetivos estratégicos do Sistema Ailos é construir uma inovação sólida e recorrente, o que exige a conexão com negócio, cruzando as oportunidades do mercado com o futuro desejado. Cada ação que realizamos, cada experimento que testamos e cada conexão que fazemos, visa agregar significado às vidas dos colaboradores e cooperados, fortalecendo as comunidades e melhorando cada vez mais sua experiência”, explica a gerente de Inovação da Central Ailos, Paula Thais Cardozo.

O resultado desse investimento consistente são soluções que têm transformado o atendimento aos cooperados e consolidado as cooperativas Ailos entre as mais inovadoras do segmento.  Os 1,6 milhão de cooperados do sistema têm acesso a aplicativos de gestão financeira com base em dados; atendimento virtual com IA generativa para tornar as respostas mais eficientes; e sistemas que permitem a liberação de crédito direto nos estabelecimentos comerciais onde estão realizando uma compra. 

Em outras frentes de inovação, o Ailos criou um marketplace cooperativista, em que os cooperados podem vender seus produtos sem as taxas adicionais cobradas em outras plataformas; e o Ailos Pix Crédito, que viabiliza o pagamento parcelado com Pix. 

“Além disso, estamos envolvidos no Piloto do DREX [Real Digital] com o consórcio de cooperativas FSCoop, acompanhando a tokenização da moeda e dos ativos, criando novos modelos de atendimento do futuro e buscando soluções voltadas a entrega de valor ao público Pessoa Júridica”, lista a Paula. 

Em 2023, pelo segundo ano consecutivo, o Ailos conquistou o Top 5 na categoria Serviços Financeiros do Ranking 100 Open Corps 2023, considerado o principal reconhecimento de inovação aberta no setor corporativo da América Latina. 

Para ajudar a implantar um ecossistema de inovação que vá além das cooperativas do sistema, o time da Ailos criou o Toolkit de Inovação, um portal aberto ao público com 24 métodos para inovar disponíveis gratuitamente. “O objetivo é inspirar uma nova forma de trabalho, mostrando como inovar pode ser simples quando se usam métodos de forma criativa”, explica a gestora. 

Lar Cooperativa Agroindustrial: chuva de ideias

Orgulhosa de ser a cooperativa que mais emprega no Brasil, com 23,5 mil colaboradores, a Lar Cooperativa Agroindustrial faz questão de incluir todos eles na criação de novos e produtos e processos que melhorem a competitividade e os resultados. 

Desde 2016, a segunda maior cooperativa do Paraná, e uma das maiores do ramo agropecuário no Brasil, tem um programa de inovação estruturado em seis áreas, entre elas educação corporativa, recursos financeiros e transformação digital. 

Um dos focos da Lar é criar uma cultura de inovação cooperativista e incentivar novas ideias e projetos em todos os setores da coop. Para garantir o engajamento dos colaboradores, a cooperativa criou o Programa de Ideias, que reconhece iniciativas inovadoras com prêmios em dinheiro. 

“Na Lar acreditamos que a inovação é sobre pessoas. Para além de adotarmos tecnologias e equipamentos de ponta para melhorarmos nossa produtividade, entendemos que a criação de uma cultura da inovação é o que fará com que a cooperativa se mantenha perene, moderna, melhorando continuamente. São as pessoas, que estão no dia a dia em seus postos de trabalho, os melhores consultores para nos dizer onde estão as oportunidades de melhoria, de inovação em processos e também em produtos”, explica o superintendente administrativo e financeiro da Lar, Clédio Marschall. 

Em 2023, mais de 1,5 mil ideias foram inscritas no programa, com potencial de fazer a cooperativa economizar cerca de R$34 milhões em processos administrativos e industriais. Para se ter uma ideia da evolução da iniciativa nos últimos anos, em 2016, o programa recebeu 223 ideias. 

“Metade dos inscritos em 2023 participaram pela primeira vez nesta edição. Isso significa que estamos gerando cultura de inovação.  E o sentimento de pertencimento vai contagiando outras pessoas que também querem participar, o que tem transformado a Lar num celeiro de boas ideias com excelentes resultados”, avalia Marschall. 

Entre as ideias vencedoras da edição mais recente, estão inovações simples, mas com impactos significativos para a cooperativa. Um dos exemplos foi a substituição de embalagens de papelão para os ovos – que eram compradas de fornecedores e descartadas após o uso – por um sistema automatizado de armazenagem e transporte, em que os suportes são reutilizáveis, dando mais agilidade ao processo e reduzindo custos. 

A chuva de ideias do Programa de Inovação também resultou em projetos para redução do uso de energia elétrica na captação de água; otimização do processo de pesagem na formulação de rações; novo manejo para melhor produtividade de leitões; redução da mão de obra no processo de recuperação de grãos de soja em vagem verde, entre outras. Mais de R$100 mil em prêmios foram distribuídos entre os colaboradores que apresentaram as inovações. 

Além de fomentar a inovação internamente, a Lar também aposta em parcerias para inovar e tem programas consolidados de apoio a instituições de pesquisa e conexões com startups para buscar soluções tecnológicas para desafios da produção no campo e na agroindústria. 

A coop paranaense coleciona reconhecimentos por sua política de inovação, como os títulos de 1ª Cooperativa em inovação no Brasil; 6ª entre as empresas mais inovadoras do Agronegócio Nacional e 124ª Empresa mais inovadora do Brasil, segundo o ranking do Prêmio Valor Inovação Brasil 2021. 

“Começamos pequenos, mas a inovação feita pelas pessoas tem nos surpreendido a cada ano com ótimos resultados tanto para a cooperativa quanto para os funcionários, o que nos dá a segurança de que estamos trilhando um bom caminho”, pondera Marschall. 

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Startups cooperativas: inovação com jeito cooperativista de fazer negócios

Cooperativas também podem ser startups? A resposta é sim, e esse tipo de empreendimento já tem até nome: cooptech. Mistura das palavras cooperativa e technology (tecnologia em inglês), o termo se refere a cooperativas que nascem com os genes das startups, as jovens empresas com alto grau de escalabilidade dos negócios, que ganharam popularidade no começo dos anos 2000.

As startups desenvolvem soluções inovadoras utilizando a tecnologia como ferramenta principal, por isso ganham nomes que combinam os setores aos quais se dedicam com o sufixo tech, como as famosas as fintechs, startups ligadas ao setor financeiro; e as novíssimas green techs, que se dedicam à inovações sustentáveis.

No caso das cooptechs, são cooperativas formadas para atuação em negócios inovadores e ligados ao universo digital, como desenvolvimento de softwares, de games, bancos de dados, consultoria em Inteligência Artificial, entre outras áreas.

“O conceito é novo e ainda não há uma definição oficial, mas a ideia de cooptechs já mostra como o cooperativismo é inovador na sua essência e se adapta à realidade do nosso tempo. Podemos dizer que uma cooptech junta o melhor do mundo da inovação com um modelo de negócio justo, com foco nas pessoas, gestão democrática e impacto social”, afirma o gerente do Núcleo de Inteligência e Inovação do Sistema OCB, Guilherme Costa.

Do ponto de vista formal, o Marco Legal das Startups — lei que regulamenta o setor no Brasil — inclui as cooperativas entre os tipos de sociedades jurídicas habilitadas a serem consideradas startups, junto com as empresas tradicionais. Em vigor desde 2021, a lei diz que as startups devem ter faturamento máximo de R$16 milhões de reais por ano e até 10 anos de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).

A inclusão das sociedades cooperativas na regulamentação foi uma conquista política e institucional do Sistema OCB, e abriu portas para novas possibilidades de atuação do cooperativismo no Brasil, sem abrir mão de suas características legais.

 

Startups cooperativas em ação 

Em comum com as startups tradicionais, as cooptechs têm a atuação preponderantemente digital e o desenvolvimento de soluções inovadoras. Mas com uma diferença fundamental: por serem cooperativas elas sempre pertencem aos cooperados e são administradas por eles de forma democrática e sem intervenção externa.

Já nas startups, o caminho mais comum é que, quando uma inovação proposta por elas dá certo, o negócio ganha investidores e elas acabam absorvidas por outros grupos ou transformadas em grandes empresas. Um exemplo são as primeiras fintechs, que surgiram com a oferta de produtos específicos, como cartões digitais, e hoje atuam como os grandes bancos.

“Nas cooptechs, o modelo de negócio é 100% cooperativista, ou seja, criado a partir da união de pessoas com um objetivo econômico em comum e com foco muito além do lucro, no bem-estar dos cooperados e da comunidade”, esclarece o gestor de inovação do Sistema OCB.

Apesar de serem uma inovação dentro da inovação, as cooptechs já são uma realidade no ecossistema cooperativista e há muitos cases de jovens cooperativas com foco em tecnologia espalhados pelo mundo.

Há startups cooperativas atuando no desenvolvimento de aplicativos de realidade aumentada e virtual, como a Animorph, da Inglaterra; na criação de softwares com foco na sustentabilidade, como a francesa Fairness; e em serviços digitais com impacto social, como a italiana Gnucoop, que trabalha com desenvolvimento de código aberto e coleta de dados para atender a organizações não governamentais e empresas sem  fins lucrativos.

Exemplos nacionais e internacionais

No Reino Unido, uma rede de 41 startups  cooperativas quer transformar o setor de serviços tecnológicos e digitais em um ambiente mais focado nas necessidades dos trabalhadores, dos clientes e dos usuários finais dos produtos, em vez de na geração de lucro.

Criada em 2016, a CoTech reúne mais de 200 cooperados na rede, já movimentou cerca de 14 milhões de dólares e tem mais de 400 clientes em seu portfólio. “Não apenas os conglomerados multinacionais ou as startups financiadas por capital privado podem ser grandes empresas tecnológicas. A tecnologia é a força vital do futuro de todos nós. Como cooperativistas, pretendemos garantir que a tecnologia desempenhe o seu papel na criação de um mundo mais justo”, afirmam os cooperados da CoTech no manifesto de criação da rede.

No Brasil, um exemplo de startup cooperativa é a LibreCode, uma cooperativa digital de desenvolvimento de software livre. Sempre com base em projetos de licença livre, construídos colaborativamente, a LibreCode oferece soluções digitais como gestão de documentos em nuvem, e ferramentas para assembleias on-line. A principal inovação da LibreCode é o LibreSign, primeiro programa de assinatura digital de código aberto.

Coops de plataforma

Outra frente de atuação inovadora e tecnológica do cooperativismo, com centenas de exemplos pelo mundo, são as cooperativas de plataforma, que também podem ser consideradas startups cooperativas. Elas são a versão cooperativista das plataformas de serviços digitais que revolucionaram a forma de consumir nos últimos anos, como os aplicativos de motoristas, de entregas e  de hospedagem.

O modelo das plataformas nasceu inovador, mas deixou de lado uma questão fundamental: as condições de trabalho e direitos dos prestadores de serviços, o que já desencadeou reações e mudanças na lei em várias partes do mundo. Nas plataformas cooperativas, a gestão coletiva e democrática garante que essas distorções sejam corrigidas e as pessoas sejam valorizadas.

O resultado são apps em que os trabalhadores são ao mesmo tempo prestadores de serviços e donos do negócio, como plataformas de mobilidade controladas pelos próprios motoristas, serviços de streaming de música com remuneração justa para os artistas; e aplicativos de entregas em que as regras são definidas pelos entregadores, não  por algoritmos.

“O cooperativismo de plataforma é um exemplo claro de como o nosso modelo de negócio pode agregar impacto social à tecnologia. Para fazer sentido, uma inovação precisa melhorar a vida das pessoas, não apenas gerar lucro. E o cooperativismo sempre aposta na inovação com propósi-to”, afirma Guilherme Costa.

 Conexão para inovar  

Antes do surgimento das primeiras cooptechs, o cooperativismo sempre interagiu de perto com o mundo das startups, em conexões que aproveitam o melhor dos dois modelos e ajudam a construir um ecossistema de  inovação cooperativista.

Dentro do conceito de inovação aberta, em que atores externos a uma organização participam do processo de inovar, grandes cooperativas brasileiras têm se juntado a startups para desenvolver soluções que ajudem a aumentar a competitividade do coop, seja com novos produtos, serviços ou processos.

Além do desenvolvimento de produtos e serviços inovadores, a conexão entre cooperativas e startups torna o ambiente de negócios mais dinâmico, ágil e criativo, em uma mistura de gerações e compartilhamento de experiências com benefícios mútuos.

O Sistema OCB aposta nessa integração e, por meio do programa Conexão com Startups, junta cooperativas e empresas de base tecnológica para resolver demandas do dia a dia com respostas inovadoras. Veja alguns exemplos:

Uniodonto + Magma Digital

A cooperativa de saúde precisava de uma agenda eletrônica unificada e informações em tempo real para melhor atender a seus pacientes. A startup Magma Digital desenvolveu um sistema web e mobile para reduzir as dificuldades no agendamento de consultas e exames. O resultado da conexão foi um programa com boa navegabilidade para o acompanhamento em tempo real do status da solicitação de consultas, da disponibilidade de profissionais e horários para o agendamento dos atendimentos e exames médicos dos pacientes da coop.

Cemil + UpTech

A cooperativa mineira de lácteos buscava uma solução tecnológica para garantir mais assertividade na previsão de preços do leite UHT no mercado. A constante oscilação de preço do produto tornava complexa a definição do valor de venda, informação fundamental para negociar no varejo. A partir de levantamento, estruturação e filtragem dos dados, a startup UPTech criou um modelo matemático e métodos de inteligência artificial para auxiliar a coop em uma solução que também passa pela construção de modelos de relatórios e validações. A inovação garantiu 95% de assertividade e precisão dos preços do leite UHT para a coop mineira.

Cáthia e Lígia conversam com apresentadoras do Venus Podcast, Criss Paiva e Yasmin Ali
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Venus Podcast aborda força das mulheres no cooperativismo

Bate-papo celebra Dia Internacional da Mulher e reforça potencial delas para o movimento

 

O SomosCoop marcou presença no Venus Podcast desta sexta-feira (8)  para celebrar, em grande estilo, o Dia Internacional da Mulher. No episódio, duas mulheres de destaque no cooperativismo brilharam: Cáthia Rabelo, presidente da Federação Nacional das Cooperativas Médicas (Fencom) e membro dos conselhos de Ética e de Mulheres do Sistema Ocemg, e Lígia Mara Jung, conselheira fiscal da Integrada Cooperativa Agroindustrial.

Em um bate-papo cheio de energia, as líderes compartilharam suas experiências sobre o impacto da presença feminina no mundo cooperativista. Foi uma conversa descontraída e esclarecedora, para além da narrativa de suas jornadas, e que teve como objetivo motivar e inspirar outras mulheres a se destacarem no universo cooperativista, além de mostrar a relevância da presença feminina na criação de um ambiente  mais justo e igualitário, em que todos possuem voz e vez nas decisões. 

 Cáthia Rabelo ressaltou que o cooperativismo necessita do talento e da determinação feminina para alcançar novos horizontes. "A mulher possui características únicas que agregam muito ao movimento, como força, ética e transparência. Somos uma peça importante para impulsionar o cooperativismo além das fronteiras", afirmou.

Para Lígia Mara Jung, o cooperativismo proporciona às mulheres a oportunidade de ocupar espaços que historicamente foram dominados por homens em diversos segmentos. "Ser cooperada me deu coragem para assumir posições de liderança, mesmo em ambientes predominantemente masculinos. Nele, encontrei apoio para avançar", contou.

O diálogo, comandando pelas anfitriãs Criss Paiva e Yasmin Ali, evidenciou que a participação de mulheres entre os cooperados é fundamental para a equidade de gênero e para o alcance de resultados que beneficiam toda a sociedade. Para além da representatividade, o episódio mostrou que o cooperativismo pode trazer independência e capacitação para mulheres em situações vulneráveis, por exemplo. 

“Traz um sentimento de pertencimento e de valorização dos nossos potenciais que transforma, efetivamente, trajetórias de vidas”, disse Lígia. “É um modelo de negócios totalmente inclusivo e que merece ser mais conhecido e reconhecido pela sociedade. É uma filosofia que penetra nossas almas”, complementou Cáthia. 

Confira o episódio completo em aqui.

Confira também outros podcasts com mulheres cooperadas e inspiradoras:  

PodCooperar: A história da Leilane  
PodCooperar: A história da Flávia  
PodCooperar: A história da Maria Luiza 
Podcooperar: A história da Maria Eneide  
Braincast: Fabíola Nader Motta - Se você pudesse ter mais voz no seu trabalho  
Braincast: Clara Maffia - Cooperativismo como você nunca viu 
Braincast: Débora Ingrisano - Construindo a Economia do Futuro 
The Swift: Cooperação e Inovação, com Samara Araujo  

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Um brinde às mulheres!

Hoje o dia é especial para as mulheres e o SomosCoop também celebra a participação feminina, cada vez maior e mais efetiva, no cooperativismo. Desde suas raízes, as cooperativas têm sido espaços onde as mulheres encontram oportunidades para desenvolver suas habilidades, contribuir para suas comunidades e alcançar independência econômica. Ao unir forças em uma estrutura coletiva, as mulheres encontram apoio mútuo, solidariedade e uma plataforma para compartilhar suas vozes e liderança. E, claro, contribuem, de maneira significativa, para o avanço e a prosperidade do movimento. 

Em todos os ramos de atuação do cooperativismo, as mulheres se destacam como empreendedoras, líderes comunitárias, e agentes de mudança. Seja na agricultura, finanças, habitação, saúde ou qualquer outro segmento, as cooperativas proporcionam um ambiente inclusivo onde as mulheres podem superar desafios, adquirir conhecimento e influenciar decisões. Como um modelo de negócios que busca aprimorar a qualidade de vida de todos à sua volta, o cooperativismo também desempenha um papel vital na promoção da igualdade de gênero. 

Por isso, comemoramos e reconhecemos o impacto significativo da participação feminina no nosso movimento e na construção de uma sociedade mais equitativa e resiliente. Mulheres que lideram e participam ativamente de cooperativas atuam também na promoção da justiça social e na criação de oportunidades para as gerações futuras. E elas estão em todos os elos do movimento. O Anuário do Cooperativismo Brasileiro de 2023 revela que a força feminina já representa 41% dos mais de 20 milhões de cooperados. Além disso, 22% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres. Elas são presidentes, diretoras-executivas, gerentes, superintendentes, coordenadoras, membros de conselhos, entre outros.

Incentivar, capacitar e apoiar as mulheres em uma jornada pessoal e profissional de oportunidades para que todas cresçam e se destaquem são princípios seguidos dia a dia pelo cooperativismo. Juntos, em um modelo de negócios onde todos ganham, queremos continuar transformando realidades, gerando prosperidade e impulsionando a construção de um mundo mais justo, equilibrado e feliz. 

 

Saiba Mais:

https://www.somos.coop.br/noticias/lugar-de-mulher-e-onde-ela-quiser?highlight=WyJtdWxoZXIiXQ==  

https://www.somos.coop.br/noticias/presenca-feminina-no-coop-e-destaque-em-reportagem-especial-da-band-tv?highlight=WyJtdWxoZXIiXQ==

https://www.somos.coop.br/nossas-acoes/com-o-coop-elas-vao-alem?highlight=WyJtdWxoZXIiXQ==

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Inovação social no cooperativismo: novas ideias a serviço do bem-estar coletivo

Quando a inovação se junta com o cooperativismo, o resultado são soluções com benefícios que vão além do econômico, com impacto na vida das pessoas. Esse conceito é conhecido como inovação social, e, apesar de não ser exclusivo do cooperativismo, tem tudo a ver com o nosso modelo de negócio. 

“Quando falamos de inovação social, nos referimos ao desenvolvimento de novas soluções para melhorar o bem-estar de pessoas e comunidades. Em essência, trata-se da aplicação de ideias inovadoras para resolver problemas sociais, ambientais ou para promover um desenvolvimento mais sustentável e inclusivo”, explica o gerente do Núcleo de Inteligência e Inovação do Sistema OCB, Guilherme Costa. 

Ao contrário do conceito tradicional de inovação, em que o principal objetivo é buscar soluções competitivas e mais eficientes do ponto de vista econômico, na inovação social o foco é gerar benefícios que possam ser compartilhados com todos, com um enfoque no bem-estar das pessoas e das comunidades. 

“O objetivo é criar soluções sustentáveis e de impacto positivo que beneficiem a sociedade como um todo, promovendo equidade, inclusão social, e melhor qualidade de vida", acrescenta Costa. "A inovação social coloca o progresso humano e ambiental no centro de suas atividades, buscando não apenas o sucesso econômico, mas também o desenvolvimento social e a sustentabilidade ambiental.”

Ainda de acordo com o gestor,  o próprio cooperativismo pode ser considerado uma inovação social. Afinal, trata-se de um modelo de negócios criado para resolver problemas sociais da época de seu surgimento, em 1844, quando a Inglaterra enfrentava uma grave crise econômica e de desemprego. 

Hoje em dia, a relação entre cooperativismo e inovação social se dá de forma ainda mais clara, porque a atuação das cooperativas têm impactos diretos nas comunidades em que estão presentes. 

“Uma cooperativa trabalha para atender aos interesses econômicos e sociais de seus cooperados, e, por consequência, as comunidades também são positivamente impactadas. Para se ter uma ideia, de acordo com estudo publicado no Anuário do Cooperativismo Brasileiro em 2023, nos municípios brasileiros onde há presença de cooperativas, a média de PIB [Produto Interno Bruto] por habitante é, em média, 18,6% maior do que em municípios sem cooperativas”, compara Costa. 

IMPACTO NO MERCADO

“Iniciativas que focam em responsabilidade social e ações de cooperação com impacto coletivo na transformação social são somadas às novidades, ações de maior eficiência e eficácia, com maior margem para escalabilidade e replicabilidade. Elas são impulsionadas não apenas pela necessidade de responder a desafios sociais e ambientais, mas também pela crescente demanda de mercado, por práticas mais responsáveis e sustentáveis”, afirma o gerente do Sistema OCB.

Um exemplo que mostra bem o impacto de uma inovação social do cooperativismo para uma comunidade e para todo um segmento econômico é o projeto Barracred Conecta, da cooperativa de crédito Barracred, de Barra Bonita (SP). A iniciativa oferece capacitação para jovens em tecnologia da informação integrada a valores cooperativistas. A ideia surgiu em 2023, depois que a cooperativa ampliou seu setor de tecnologia e se deparou com a falta de mão de obra especializada na região.

Com uma estrutura própria que simula o ambiente de uma startup de tecnologia, o programa oferece aulas teóricas e práticas de tecnologia da informação, inglês, treinamento de habilidades pessoais e profissionais, além de um estágio.  “Conseguimos capacitar e encaminhar esses jovens para o primeiro emprego, revelando talentos para o mercado. Contribuímos para que eles se tornem protagonistas de suas próprias histórias, transformando sua realidade, a de suas famílias e também a da comunidade em que vivem”, explica a coordenadora de Responsabilidade Social da Barracred, Andresa Baratela.

 Além do impacto social direto para os estudantes, o programa ampliou a oferta de profissionais capacitados para empresas da região, que tem se consolidado com um polo de tecnologia. A primeira turma formada pelo Barracred Conecta registrou 75% de contratação após o estágio. 

Assim como o projeto de capacitação da cooperativa paulista, o cooperativismo é palco de inovações sociais em vários ramos e em todas as partes do país. As cooperativas brasileiras são referência internacional em inovações sociais com impacto na segurança alimentar e no combate às mudanças climáticas, com benefícios tanto para seus cooperados quanto para a sociedade.

Conheça mais exemplos de inovação social no cooperativismo: 

  • Intercooperação para geração de energia: No Rio Grande do Sul, a cooperativa de eletrificação Certel se uniu às cooperativas de crédito Sicredi Ouro Branco, Sicredi Integração RS/MS, Sicredi Região dos Vales e Sicredi Botucaraí para a construção da Usina Hidrelétrica Vale do Leite, no Rio Forqueta. Além de garantir a geração de energia limpa e renovável para milhares de pessoas, a inovação social levou a um incremento de renda, empregabilidade e desenvolvimento na região de atuação das coops. 

  • Energia limpa e solidária: Uma inovação social do Sistema Ocemg incentiva as cooperativas do estado de Minas Gerais a construírem usinas fotovoltaicas para suprir a demanda de suas unidades e doar parte da energia a entidades filantrópicas. Por ano, o Programa de Energia Fotovoltaica do Cooperativismo Mineiro, MinasCoop Energia, beneficia diretamente mais de 4 milhões de pessoas ligadas às entidades que recebem energia limpa das cooperativas. 

  • Produção sustentável e renda extra: Em uma inovação social com benefícios ambientais no ramo Agronegócio, a Cocamar promove a integração lavoura-pecuária-floresta para sustentabilidade e diversificação de renda dos cooperados. O projeto Super Integração auxilia os produtores cooperados a utilizar de maneira sustentável suas propriedades, e mostra que é possível produzir soja e bovinos de forma harmônica com florestas de eucaliptos, com menos intervenções na terra, menor impacto ambiental e geração de renda extra. 

  • Pesquisa e capacitação para cooperados: Para impulsionar inovações sociais e projetos comunitários, as cooperativas Coopercitrus e Credicitrus, de São Paulo, criaram em 2019 uma fundação para promover o desenvolvimento de seus cooperados e da comunidade no entorno. A Fundação Coopercitrus Credicitrus atua no desenvolvimento de projetos voltados à pesquisa, educação e meio ambiente, como as iniciativas CooperSemear e CooperNascentes. 

“Estes projetos refletem a união entre sustentabilidade, inovação e desenvolvimento social, ressaltando o papel vital das cooperativas na promoção de um futuro mais sustentável”, destaca Guilherme Costa. 

 Inovação social x projetos sociais 

Apesar do propósito de beneficiar pessoas e trazer benefícios coletivos, inovação social não é sinônimo de projeto filantrópico nem de ações sociais da agenda ESG – sigla em inglês para Environmental, Social and Governance – que se refere a iniciativas de responsabilidade social corporativa. 

Para ser inovação, uma ação deve introduzir uma novidade, resolver problemas de maneira mais eficiente, ser sustentável a longo prazo e ter potencial de escalabilidade e replicabilidade. 

Enquanto projetos sociais ou ações ESG estão ligados a compromissos de responsabilidade social corporativa e objetivos de sustentabilidade da organização, uma inovação social passa, necessariamente, por implementar uma nova ideia. O conceito, produto ou serviço inovador deve atender a necessidades sociais de forma mais eficaz, eficiente ou sustentável do que as soluções existentes. 

 

Saiba mais sobre inovação social e como colocar em prática na sua cooperativa: 

Acesse o InovaCoop, plataforma de inovação do cooperativismo brasileiro e conheça o curso Inovação Social. A capacitação online traz conteúdos sobre o que é a inovação social, quais as estratégias para gerar impacto social positivo e as ferramentas para implementar inovações sociais.  

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