Prepare-se para celebrar o CoopsDay!

No primeiro sábado de julho, dia 1º, vamos comemorar o Dia Internacional do Cooperativismo, que neste ano tem como mote a sustentabilidade.  

Cooperativas, cooperados, parceiros de todo o mundo e da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) estarão unidos para celebrar o nosso jeito diferente de fazer negócios com o tema “Cooperativas pelo desenvolvimento sustentável”. 

A 101ª edição da celebração da data que conta com o reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU) em seu calendário oficial e de suas 193 entidades associadas.  “As Nações Unidas já deixaram bem claro que o modelo econômico e social do cooperativismo ajuda a construir um mundo onde ninguém fica de fora e onde ninguém é deixado para trás”, lembrou o presidente da ACI, Ariel Guarco. 

Sobre a data 

O Dia Internacional das Cooperativas é celebrado desde 1923, mas foi somente em 1995 que a Assembleia Geral das Nações Unidas o proclamou oficialmente e estabeleceu sua comemoração anualmente, sempre no primeiro sábado de julho. 

O #CoopsDay dá aos formuladores de políticas locais, nacionais e internacionais, às organizações da sociedade civil e ao público em geral, a oportunidade de descobrir como as cooperativas contribuem para criar um futuro justo para todos.

 
 
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O que o cooperativismo está fazendo pelo meio ambiente?

Em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado hoje, 5 de junho, preparamos um conteúdo especial para te mostrar o que o cooperativismo está fazendo pela preservação de ecossistemas como a Amazônia. Confira!

Legenda: O açaí da cooperativa AmazonBai é o único do mundo com certificado FSC / Crédito: Revista Saber Cooperar.

Maior floresta tropical do mundo, a Amazônia abriga um terço de todas as árvores do planeta e 20% das águas doces disponíveis. Com 5 milhões de metros quadrados, se fosse um país, a Floresta Amazônica seria o sexto no mundo em extensão territorial. Com todo esse tamanho e biodiversidade, a Amazônia sempre esteve no centro do debate ambiental global, e tem ganhado mais relevância diante do agravamento das mudanças climáticas, que têm no desmatamento uma de suas causas. 

Quando se fala em preservar a Amazônia, é preciso sempre levar em conta que, apenas na parte da floresta que está em território brasileiro, existem mais de 20,5 milhões de habitantes. As soluções ambientais necessariamente devem incluir as pessoas e modos de produção que combinem desenvolvimento das comunidades com a manutenção da floresta em pé. E é assim que o cooperativismo entra nessa história. 

Sustentável desde sua origem, nosso modelo de negócios combina pilares que são fundamentais para aproveitar o potencial econômico da floresta de forma sustentável, segundo o coordenador de Meio Ambiente e Energia do Sistema OCB, Marco Morato. 

“A preservação é feita pelas pessoas, então a organização social dessas pessoas é fundamental para que se proteja a floresta. Outro ponto é a geração de renda, que precisa ter economia de escala para beneficiar toda uma comunidade. E o cooperativismo fomenta essas duas coisas: organização social e geração de renda, seja essa renda vinda do manejo sustentável da floresta, do extrativismo sustentável, dos sistemas agroflorestais, da produção de artesanato com os materiais oriundos da floresta”, afirma. 

Açaí justo e sustentável 

Instalada em plena foz do Rio Amazonas, no Arquipélago do Bailique, no Amapá, a Cooperativa Amazonbai é um dos exemplos dessa combinação na prática. Produtora de açaí — alimento que sempre esteve na base alimentar das comunidades ribeirinhas e ganhou fãs pelo Brasil e pelo mundo —, a cooperativa se tornou uma referência em manejo sustentável na Amazônia. 

Os açaizeiros são palmeiras de mais de 20 metros de altura. Colher os frutos lá no alto é uma tarefa perigosa, pois é preciso subir a árvore carregando um facão. Na Amanzonbai, os diferenciais da produção sustentável começam no fornecimento de equipamentos de proteção individual para cada cooperado que trabalha na colheita. Além disso, a cooperativa faz o manejo das plantas para que as árvores atinjam altura máxima de 12 metros, reduzindo os riscos e agilizando a retirada dos frutos. 

As palmeiras dos 140 cooperados da Amanzonbai convivem com outras espécies nativas da Amazônia. Por serem fonte de sustento dessas famílias, são cuidadas para produzirem durante anos, evitando o desmatamento de novas áreas. 

“A Amazonbai faz um manejo de mínimo impacto para manter nossa floresta em pé. Os açaizais são totalmente conservados. A gente não tem desmatamento, não tem destruição da natureza. Aprendemos que tem mais valor manter a floresta em pé do que desmatar”, compara o presidente da cooperativa, Amiraldo Picanço.

Quer mais? O cultivo do açaí da Amazonbai não usa agrotóxicos, fertilizantes ou máquinas. Ele é feito de forma orgânica, apenas pelos cooperados. 

Cooperada da Amazonbai: extrativismo sustentável. Foto: Amazonbai

Todo esse cuidado na produção levou a cooperativa amapaense a conquistar 8 certificações internacionais ligadas à sustentabilidade. O açaí da Amazonbai é o único no mundo com certificado FSC, que garante que todas as etapas do manejo respeitam a legislação do país, direitos dos trabalhadores e o cuidado ambiental. 

“O nosso açaí é diferenciado, porque a gente trabalha com a questão da sustentabilidade, da bioeconomia, de produtos que ajudam a conservar a natureza. E os cooperados ganham com isso. Existe uma repartição justa desses benefícios através da cooperativa”, comemora Picanço. 

Atualmente, a Amazonbai produz 150 mil latas de açaí por ano. E além dos benefícios de trabalho e renda dos cooperados, 5% do valor de cada lata vai para um fundo de apoio à Escola Família Agroextrativistas do Bailique.

Respeito à floresta

No Norte do Pará, outra cooperativa no coração da Amazônia também se tornou referência internacional de produção sustentável. O primeiro diferencial da Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta), criada em 1929 por imigrantes japoneses, foi o respeito à floresta.

Logo após a criação, a cooperativa se tornou a maior exportadora de pimenta-do-reino do mundo, até que uma praga dizimou toda a produção. O problema era um sinal claro de que a floresta não era lugar para monocultura. 

“A Camta teve que se reinventar e procurar alternativas. E nesta busca por sustentabilidade econômica, entendeu que produzir culturas de curto, médio e longo prazo seria o caminho para sobreviver e hoje esse modelo é conhecido como Sistema Agroflorestal”, explica o presidente da cooperativa, Alberto Oppata.

Legenda: Cooperado da Camta cuida de produção de alimentos, que convive em harmonia com as plantas da floresta. Foto: Divulgação Camta.

A criação do Sistema Agroflorestal de Tomé-Açu (Safta), que simula o ambiente natural da floresta nativa, com o cultivo de plantas comerciais em meio a árvores amazônicas, foi uma virada na trajetória da Camta. A partir dessa inovação, a cooperativa passou a produzir e exportar pimenta-do-reino, cacau, açaí, frutas, óleos vegetais e outros produtos do sistema harmônico, em que os ciclos das plantas se complementam.

Legenda: Alberto Oppata, presidente da Camta. Foto: Divulgação Camta

A floresta ganhou com a redução do impacto ambiental da produção da Camta. Os cooperados conquistaram uma importante vantagem competitiva, com a abertura de novos mercados. Basta dizer o principal destino das exportações da cooperativa é o Japão — um dos países mais exigentes do mundo para importação de alimentos.

“Agora, estamos em busca de pagamento pelos serviços ambientais [previsto na Lei 14.119/2021, que aguarda regulamentação] que realizamos, pois têm um custo alto”, pondera Oppata. A ideia é compensar financeiramente atividades de produção sustentável para garantir a continuidade desses sistemas e estimular mais comunidades a valorizar a floresta em pé. 

Segundo Marco Morato, coordenador de Meio Ambiente e Energia do Sistema OCB, a conscientização da população ribeirinha sobre as vantagens de produzir em harmonia com a floresta é uma das principais contribuições do cooperativismo para a preservação da Amazônia.

“Esse é o papel do cooperativismo: levar o desenvolvimento sustentável para essas comunidades, oferecendo alternativas ao desmatamento e à grilagem de terra", afirma. Ainda segundo Morato, ao garantir uma fonte de trabalho e renda para os moradores da floresta, as cooperativas contribuem de forma decisiva para a preservação da Amazônia.

Cuidado com os rios

Além de ajudar a preservar a Floresta Amazônica, o cooperativismo também atua em outras frentes de proteção desse importante ecossistema. A Cooperativa dos Profissionais de Transporte Fluvial (Coop-Acamdaf), de Manaus, há anos organiza o recolhimento voluntário de lixo e outros resíduos do Rio Amazonas e de seus afluentes.

Os barqueiros da cooperativa levam turistas em passeios para conhecer o Encontro das Águas dos rios Negro Solimões e nadar com botos. Entre os trajetos, duas vezes por semana, fazem a coleta de lixo nas casas flutuantes de ribeirinhos — tipo de construção muito comum na região. Além disso, uma vez por ano, eles realizavam um grande mutirão de limpeza dos rios, com apoio de cooperados e outros voluntários da comunidade. Quer saber mais dessa história? Leia a matéria completa com a Coop-Acamdaf na Revista Saber Cooperar.

 
 
 
 
 
 
 

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A cooperativa como chave para o sucesso dos negócios em Terra e Paixão

A cooperação é chave do nosso jeito de fazer negócios e ganhou destaque nos capítulos recentes da novela Terra e Paixão, da Rede Globo. Os personagens da trama citaram a relevância do cooperativismo e das cooperativas para garantir a continuidade das atividades da protagonista Aline (Bárbara Reis) como produtora rural.

Na primeira cena, o personagem Wladmir (Elias Mamberti), vendedor da loja de fertilizantes da cidade de Nova Primavera, explica a Aline que o local não é uma cooperativa para oferecer os descontos que ela precisa: “Aqui não é cooperativa. Ali eles podem vender a fundo perdido, dar prazo. Prá gente não dá”, afirma. E Aline responde: “A cooperativa é chave pra tudo né?”.

A afirmações de Aline e Wladmir reforçam o quanto as cooperativas contribuem para o funcionamento de um ecossistema econômico que beneficia o desenvolvimento do negócio do cooperado. Cooperativismo é trabalhar em conjunto para que todos possam ter resultados mais eficazes e efetivos. Reduzir cursos e aumentar a circulação de riquezas são apenas algumas das vantagens oferecidas. Aumento de escala, acesso a novas tecnologias, expansão das atividades e compartilhamento de estruturas como maquinários, por exemplo, também fazem parte do modelo de negócios cooperativista.

A segunda cena reitera uma vez mais a força das cooperativas como forma de manter a existência de um negócio, principalmente quando se trata dos pequenos produtores rurais. Nela, a personagem Lucinda (Débora Falabella), conversa com Ademir La Selva (Charles Fricks), irmão do maior agricultor da região e vilão da trama, Antônio La Selva (Tony Ramos) sobre a possibilidade de ele comprar defensivos agrícolas para a plantação de Aline.

“Eu preciso da sua ajuda. Eu tomei uma decisão. Quero ajudar essa mulher corajosa que luta para plantar. E ela tem o perfil exato de quem a cooperativa deve apoiar. Dá outra vez, o senhor comprou grãos e agora ela precisa de defensivos. E o senhor sabe que aqui os preços são muito menores que os praticados no mercado”, afirma a personagem Lucinda.

“Sim, se não fosse a cooperativa, muita gente não ia se aguentar em pé. Pode contar comigo”, responde Ademir.

Assista a cena

O amor pelo agro é o foco da terceira cena, protagonizada pelo personagem Caio (Cauã Reymond), filho de Antônio La Selva. Em conversa com o seu tio Ademir sobre os desmandos do pai, ele declara que a atividade tem como objetivo um mundo melhor.

“O agro é uma das riquezas país. Quantos empregos a gente não gera, quantas bocas a gente não alimenta? Toda hora que eu planto o soja e o milho, eu estou fazendo um país melhor e mais forte. Tudo o que a gente planta, a gente até exporta, traz riqueza para o nosso país. Tem coisa mais bonita que colher o soja, colher o milho, plantar, colher”, relata.

E acrescenta: “a gente que é produtor rural, a gente quer o que? Um futuro melhor para todo mundo. A gente quer ver a evolução do negócio, quer prosperar. É uma missão. Eu tenho muito amor por tudo isso, muito amor pelo agro. O agro tá aqui ó, no meu coração. A gente tem máquinas gigantescas, a gente tem tecnologia. Isso é evolução. Essa terra faz parte de mim e eu faço parte dessa terra”.

Assista a cena

Nessa quinta-feira (1º), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou as Contas Nacionais do Trimestre. Os dados apontam avanço de 21,6% da agropecuária no Produto Interno Bruto (PIB) do país no primeiro trimestre de 2023, quando comparado ao trimestre imediatamente anterior, o que reforça a importância do agro para o crescimento e fortalecimento do país. O cooperativismo agro é responsável por 54% de grãos do país.

A novela vem apresentando bons índices de audiência, demonstrando que a trama está conquistando o público brasileiro. Acompanhe o cooperativismo na novela Terra e Paixão e compartilhe com amigos e familiares!

 
 
 
 
 
 

Nova Primavera da vida real: Conheça São Gabriel do Oeste

A novela Terra e Paixão, exibida em horário nobre na TV Globo tem dado o que falar. Muitos usuários têm recorrido à internet para saber mais sobre o local da gravação da obra por sua beleza e curiosidade sobre o local. Outros querem conferir se é verdade que uma cooperativa pode ter tamanha influência no desenvolvimento socioeconômico de uma cidade. Nova Primavera é, na realidade, uma cidade cenográfica inspirada em Dourados (MS) construída no Rio de Janeiro.

Apesar de Nova Primavera ser ficção, o que não faltam no Brasil são cidades que têm em sua essência os princípios e valores cooperativistas, que serão demonstrados em episódio especial, na segunda temporada da websérie SomosCoop Na Estrada, ainda neste semestre. É o caso do município de São Gabriel do Oeste, localizado no interior do Mato Grosso do Sul e referência de como o cooperativismo tem transformado realidades.

A cidade possui o terceiro melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado com 0,812 (o índice varia de zero a um). São Gabriel do Oeste é também a maior rota de escoamento de produção de grãos da região Norte do estado. Seu polo agro reúne um dos maiores produtores de soja, milho e sorgo. A cidade foi fundada há 43 anos e emancipada há 41, e sua população de pouco mais de 27 mil habitantes já tem o cooperativismo no DNA.

Um dos exemplos da expressividade cooperativista no município é a Sicredi Celeiros, que atua há 24 anos em São Gabriel do Oeste e expandiu suas operações para outras 25 comunidades. De acordo com o presidente da cooperativa, Jaime Antonio Rohr, a organização gera emprego e oferece soluções personalizadas para cada associado, sempre prezando o lado social. Sob este aspecto, ele destaca algumas ações em prol da comunidade.

“Fomos o primeiro município a implantar o programa “A União Faz a Vida”, que reúne três escolas: Filinto Muller, Ênio Carlos Bortolini e a Fundação Educacional Cristo Rei. O projeto envolve 64 professores formados e mais 967 crianças que estudam por meio de nossa própria metodologia. Para beneficiar a comunidade, temos ainda uma parceria com a prefeitura, em que disponibilizamos painéis digitais em vários locais. Fazemos assim, um serviço de utilidade pública, mostrando em tempo real a data, hora e temperatura”, explica Jaime.

O presidente também relata que vários projetos do município são alavancados com investimentos do fundo social da cooperativa. “Já investimos em projetos como o “Equoterapia Nova Esperança”, o “Pratique Jiu Jitsu”, um projeto de futsal e o projeto da “Associação Restaurar”. Investimos ainda no Lions Clube - projeto “Passos Por Quem não Pode Andar”; em estrutura metálica e energia solar na Kolping; na Apae, com aparelhos de ginástica; e no projeto “Driblando as Dificuldades”. Além do fundo social, temos o “Programa de Educação Financeira”, com material dos gibis da Turma da Mônica, com o qual atendemos mais de mil crianças no município”.

Intercooperação

A compra coletiva de insumos e venda de suínos cevados foi o que motivou os produtores do município a criarem a Cooperativa Agropecuária de São Gabriel do Oeste (Cooasgo), segundo o presidente da organização, Sérgio Marcon. A cooperativa, que completa 30 anos de atuação em 2023, inicialmente desempenhava atividades apenas da suinocultura. Em um movimento de intercooperação com a cooperativa Aurora, passou a vender seus produtos também fora do município. A Aurora, então, passou a absorver praticamente toda a produção da Cooasgo.

“Isso agregou valor, oportunizando receita e empregos na região. Vários municípios vizinhos hoje nos fornecem colaboradores e também para a Aurora, maior  empregadora de toda a região Norte do estado. Atualmente, temos 580 associados nas áreas de suinocultura, pecuária e agrícola. Vendemos produtos agrícolas e armazenamos os grãos. Geramos uma movimentação econômica de aproximadamente R$ 850 milhões por ano”, salienta Marcon.

De acordo com ele, a influência da Cooasgo no desenvolvimento socioeconômico da cidade é perceptível. “As contribuições têm proporcionado crescimento significativo, que diferencia São Gabriel do Oeste de outros municípios pelo grande número de oportunidades e empregos gerados. Uma constatação é o crescimento populacional em detrimento à redução que se observa em cidades vizinhas”.

Entre as perspectivas futuras dos cooperados, Marcon ressalta a ampliação do raio de atuação e a expansão das vendas para outros municípios, a partir da abertura de lojas agropecuárias e projetos de suinocultura. “Pretendemos aumentar o fornecimento de suínos cevados para o frigorífico Aurora que, em 2025, tem a meta de abater 5,2 mil suínos/dia, saindo dos atuais 3,2 mil”.

Ainda segundo ele, o cooperativismo tem sido o diferencial que garante a prosperidade em São Gabriel do Oeste. “O campo fértil e a população hospitaleira tem atraído grandes cooperativas da Região Sul, principalmente do Paraná, a se instalarem na cidade, somando às que já estão estabelecidas na região. Isso melhora cada vez mais o cenário socioeconômico da cidade, impactando positivamente na qualidade de vida de quem reside aqui”, completou.

Também atuam na região a Cooper São Gabriel, com o fornecimento de combustível; a Cooperoeste, que comercializa insumos agrícolas e armazenagem; a Sicoob; e Coamo, Lar e Coopervale, com oferta de insumos e armazenagem.

Sistema OCB/MS

O cooperativismo sul-mato-grossense se faz presente em 89,87% dos 79 municípios do estado. São 125 cooperativas registradas e 393.814 cooperados, que atuam nos sete ramos do coop, gerando 11.648 mil postos de trabalho. O Ramo Agro, retratado na novela Terra e Paixão, por exemplo, congrega 59 cooperativas, 23.586 cooperados e mais de 7 mil empregados.

A movimentação financeira do cooperativismo no Mato Grosso do Sul, segundo o panorama do Sistema OCB/MS, em 2021, foi de R$ 27,84 bilhões e as sobras, redistribuídos para os cooperados, foi de R$ 713,28 milhões. O cooperativismo do estado contribuiu com R$ 696,29 milhões aos cofres públicos.

SomosCoop na Estrada

O cooperativismo em São Gabriel do Oeste é tema de episódio da websérie SomosCoop na Estrada, que será disponibilizado neste primeiro semestre. A expedição estreou no canal em 31 de outubro de 2022 e desde então vem mostrando como funciona o modelo de negócios cooperativista, desde as atividades iniciais até a prosperidade que leva para as comunidades. As visitas às cooperativas contemplam os sete ramos do cooperativismo: Agro, Consumo, Crédito, Infraestrutura, Saúde, Transporte e Trabalho, Produção de Bens e Serviços.

A primeira temporada desembarcou na Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e São Paulo. Além de relembrar os episódios anteriores, já é possível conferir como foram algumas gravações da segunda temporada em Dois Vizinhos e Maringá, no Paraná.  A equipe SomosCoop ainda irá passar pelo Pará, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Para a terceira temporada estão previstas visitas ao Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba. Desta forma, os brasileiros conhecerão como o cooperativismo vem promovendo verdadeira diferença de ponta a ponta no país.

No site SomosCoop o usuário pode esclarecer dúvidas, ler as notícias quentinhas sobre o que as cooperativas e seus cooperados têm promovido, além de explicar como funciona todo o movimento coop. #BoraCooperar?

 
 

Cooperativismo X associativismo: qual é a diferença?

No começo, tudo era cooperação. Desde os tempos das cavernas, a humanidade entendeu que andar em grupo era um bom negócio, pois aumentava as chances de sobrevivência da espécie. De lá para cá, a ideia foi se aperfeiçoando, e a estratégia de unir pessoas para vencer desafios deu origem a duas formas parecidas, mas diferentes de montar uma organização coletiva:  o cooperativismo e o associativismo. 

Esses dois modelos de atuação são guiados por um mesmo objetivo: a melhora da vida das pessoas, por meio de uma atuação coletiva. Os valores que norteiam essas organizações são similares:  solidariedade, adesão livre e voluntária, democracia na gestão e o compromisso com o desenvolvimento da comunidade. Mas, apesar de algumas semelhanças, o cooperativismo e o associativismo têm maneiras completamente distintas de funcionar.

O cooperativismo é um modelo de negócios que prioriza o desenvolvimento das pessoas, sem abrir mão de resultados econômicos. Presente em todos os setores da economia, ele gera trabalho, renda e prosperidade para as pessoas e também para as comunidades em que se insere. Dessa maneira, o coop une desenvolvimento econômico e social, produtividade e sustentabilidade, cooperação e competitividade. Já associativismo é um modelo organizacional entre pessoas que têm interesse em um bem coletivo comum Ao se unirem, elas não visam resultados financeiros, mas benefícios indiretos à sociedade, como maior representatividade política, defesa mútua de interesses, inclusão social etc. E as diferenças não terminam por aí!

 

Onde tudo acontece

Crianças beneficiadas pela Associação Cultural Arautos do Gueto, localizada no Morro das Pedras, Belo Horizonte (MG).

O cooperativismo é colocado em prática nas chamadas cooperativas — organizações com CNPJ, estatuto social, código de atividade social (CNAE) e capital social. 

Esses empreendimentos se diferenciam das empresas tradicionais por serem guiadas por princípios, e não pelo lucro — palavra que sequer existe no vocabulário cooperativista. Dentro do coop, utilizamos a expressão "sobras" para falar dos resultados, o valor financeiro arrecadado pela cooperativa, depois de descontadas todas as despesas com pessoal, impostos, serviços e manutenção da organização. 

Apesar de não colocar o dinheiro em primeiro lugar, cooperativas não fazem filantropia. Ao contrário, elas têm o compromisso de gerar resultados financeiros (e quanto mais, melhor) para garantir o bem coletivo de seus cooperados e das comunidades em que atuam. 

Já as associações são entidades de direito privado que, por definição, não podem gerar resultados financeiros para os associados.  Assim como as cooperativas,  elas têm CNPJ, estatuto social e CNAE. No entanto, não possuem capital social — o que dificulta a obtenção de financiamentos em instituições financeiras. Seu patrimônio é formado por meio das contribuições de seus associados e de doações de recursos de terceiros.

Quer mais uma diferença? Enquanto nas cooperativas os cooperados são, ao mesmo tempo, usuários e donos do negócio, nas associações, os participantes nunca são considerados proprietários da mesma. 

Justamente por isso, no cooperativismo, as sobras financeiras de cada exercício costumam ser distribuídas entre os cooperados. Os valores são definidos em assembleia, normalmente de forma proporcional ao volume de operações realizadas entre cada cooperado e a cooperativa ao longo do ano. 

Nas associações, por sua vez, todos os recursos econômicos arrecadados — por meio de doações, destinações públicas, patrocínio ou organização de eventos, por exemplo — devem ser aplicados pela entidade no desenvolvimento das atividades assistenciais a que se propõe. Em caso de dissolução, o patrimônio acumulado não pode ser dividido entre os associados. Ele deve ser direcionado para outras organizações semelhantes. 

Por fim, cooperativas e associações precisam de números bem diferentes de participantes para serem constituídas.  Para formar uma cooperativa, é necessário reunir pelo menos 20 pessoas. Já para montar uma associação, bastam duas.

 

Na prática

Em Pedro Afonso (TO), 3 cooperativas se uniram para apoiar o projeto Amigos do Meio Ambiente, criado em 2010.

Quer ver, em um exemplo do dia a dia, as diferenças entre o cooperativismo e o associativismo? 

Pense em um grupo de pequenos agricultores que decide constituir uma cooperativa agrícola para atuarem juntos. Com a cooperativa, eles poderão comprar insumos coletivamente garantindo melhores preços, conseguir financiamento em instituições financeiras para custear a safra, juntar sua produção e negociar preços mais competitivos no mercado, entre outros benefícios. 

Simultaneamente, o mesmo grupo de pequenos produtores pode criar uma associação para representá-los e que pode servir, por exemplo, para levar suas demandas a instituições do governo ou do Poder Legislativo, e apoiar ações educativas e culturais para a comunidade. 

Em resumo: neste caso, o objetivo da cooperativa é a geração de trabalho, renda e benefícios econômicos diretos ligados à produção dos cooperados. À associação caberiam tarefas de representatividade e defesa coletiva de interesses de natureza social do grupo de associados.

O Brasil tem 4.880 cooperativas em funcionamento. Do alimento na mesa à infraestrutura e serviços, o coop atua em sete ramos: agropecuário; consumo; crédito; infraestrutura; saúde; trabalho; produção de bens e serviços; e transporte. 

Em relação à quantidade de associações, os números oficiais agregam essas entidades junto a outras no indicador de Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos (FASFIL), elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado mais recente para esse indicador aponta a existência de 236.950 organizações deste tipo em funcionamento no país.

 

Entenda, de uma vez por todas, a diferença entre cooperativas e associações

 

Cooperativas

Associações 

Legislação aplicável

Legislação específica: 

 Lei nº 5.764/1971 (Lei Geral do Cooperativismo); 

Lei Complementar 130/2009 (Cooperativas de Crédito); 

Lei 12.690/2012 (Cooperativas de Trabalho); e 

Lei 9.867/1999 (Cooperativas Sociais)

Código Civil (Lei nº 10.406/2002).

Natureza da atividade

Econômica

Assistência social, educacional, cultural, representação política, defesa de interesses de classe, filantropia

Órgão de registro

Junta comercial

Registro civil de pessoas jurídicas (cartório)

Capital social

Existente

Inexistente

Número mínimo de participantes necessários para sua constituição

Limite mínimo de 20 cooperados. Apenas no caso das cooperativas de trabalho, o limite é menor:  7 cooperados,  sendo excepcionalmente permitida a admissão de pessoas jurídicas

Limite mínimo de 2 associados, sendo vedada a admissão de pessoas jurídicas

Admissão

Vinculada à atividade econômica

 

Desvinculada da atividade social

 

Desligamento

Demissão, eliminação e exclusão

Justa causa

Regime Tributário

Não são imunes de tributos. Há o pagamento de tributos na pessoa do cooperado quando configurem fato gerador tributário (por exemplo: IRPF, ICMS, ISS, INSS)

 

São imunes de impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços. São, ainda, isentas de contribuições sociais (CSLL, PIS e COFINS, pagando apenas 1% sobre a folha de pagamento acerca de PIS)

Remuneração de dirigentes

Não há limitações à remuneração de diretores (decisão de competência da assembleia geral)

Há limitações à remuneração de diretores

Patrimônio  

Pertence aos cooperados, que são, ao mesmo tempo, sócios e donos do negócio

Pertence à instituição. 

Existe retorno financeiro para os participantes?

Sim. Os cooperados ganham pelo que produzem e, ao final do exercício, ainda recebem as chamadas sobras (uma espécie de participação de resultados) 

Não. As associações não distribuem resultados financeiros diretos ou indiretos aos associados. 

Dissolução da organização (destinação do patrimônio)

Solução do passivo e reembolso aos cooperados até o limite das quotas-partes do capital social

O patrimônio da instituição não pode ser distribuído entre os participantes. Ele deve ser direcionado à entidade congênere, de fins não econômicos

 

 

 
 
 
 
 
 
 

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