Benefícios das cooperativas de crédito na vida real e em Terra e Paixão

  • Ramos: Crédito
Cooperativas de crédito apoiam produtores rurais na vida real e em Terra e Paixão

Primeiro, 170 animais tiveram de ser abatidos por causa de tuberculose bovina. Depois, um novo exame detectou mais contaminação e o produtor rural Marinus Teunis Hagen Filho, de Arapoti (PR), foi obrigado a liquidar o rebanho inteiro. Desolado, viu a produção leiteira de sua propriedade desaparecer durante um surto da doença. 

“Foi em 2010 o acontecido", recorda. "Nosso rebanho foi acometido de tuberculose e, na primeira pancada, 170 animais "positivados" tiveram de ser abatidos. Animais em lactação, novilhas, bezerras… Havia animais positivos para a doença em todas as faixas de idade". 

Dois meses depois, veio o segundo golpe. Outros 70 animais tinham adquirido a doença e o produtor teve de abater o plantel inteiro e começar do zero. Ele bateu de porta em porta, em diversos bancos, atrás de crédito para comprar um novo rebanho. E assim como milhares de outros produtores rurais, quando mais precisou, não foi em uma instituição financeira tradicional que Marinus encontrou apoio, mas em uma cooperativa de crédito

A importância das também chamadas cooperativas financeiras para o campo é tão grande que virou assunto da novela Terra e Paixão, da TV Globo. Na trama, uma cooperativa de crédito, o Sicoob, terá um papel fundamental na vida dos personagens já nos próximos capítulos. Assim como teve na vida do produtor paranaense, cooperado do Sicredi Novos Horizontes PR/SP desde 2004.

“Recomeçar do zero não foi fácil. Além do prejuízo, tive que abater 350 animais na época, e o Sicredi foi de uma ajuda muito grande para mim”, recorda Marinus. Por meio da Capal Cooperativa Agroindustrial, da qual Marinus também é cooperado, o Sicredi disponibilizou linhas de crédito para ajudar produtores da região que tiveram rebanhos atingidos pela tuberculose bovina a recomeçar após a crise sanitária.

“Na época, o que a cooperativa tinha disponível ela emprestou para nós'’, elogia o cooperado. "Um banco não faz isso. Quando você precisa, digamos, quando você está na lama, uma instituição comercial não empresta dinheiro para você. É mais ou menos assim que funciona o sistema financeiro, ele empresta para quem tem garantia de poder pagar de volta. Para quem está com algum problema sério, eles ficam bem mais resistentes em emprestar dinheiro. Nesse ponto o Sicredi foi diferente e muito importante para o recomeço da nossa atividade.” 

VOLTA POR CIMA

Marinus conseguiu retomar a pecuária de leite –  inclusive já recebeu prêmios por boas práticas e produtividade – e o relacionamento com o Sicredi aumentou. Hoje, 65% da movimentação financeira do produtor paranaense é feita com a cooperativa de crédito, entre operações de custeio e investimento e outros serviços financeiros.

“Tenho um pulverizador autopropelido financiado lá, um barracão financiado, o custeio de ração. E investimentos também: alguma coisa em poupança, já fiz consórcio, tenho também uma previdência privada no Sicredi. Dos produtos que eles oferecem acho que uns 80%, 85% já usei ou estou usando.” 

Além do bom atendimento “na saúde a na doença”, o cooperado também destaca as taxas mais baixas e a intercooperação com a Capal como diferenciais da cooperativa de crédito. 

“O atendimento no Sicredi é personalizado. Você não é um número, você é realmente um sócio que é levado em consideração. E, outra coisa, no final do ano, quando o resultado é positivo no Sicredi, você recebe também uma participação pela movimentação que teve na cooperativa, uma parte vai para o capital social e outra parte você recebe em conta-corrente”, explica Marinus, referindo-se à distribuição dos resultados entre os cooperados. 

É isso mesmo, quando uma cooperativa de crédito fecha o ano com resultado financeiro líquido positivo, esse dinheiro é distribuído entre os cooperados. A devolução é proporcional às operações realizadas com a cooperativa: quanto maior o relacionamento e utilização de produtos e serviços, maior a participação nos resultados. Em 2023, por exemplo, o sistema Sicredi distribuiu R$ 2,5 bilhões entre seus cooperados, valores referentes ao exercício de 2022.

ATENDIMENTO À MINEIRA

Em Minas Gerais, um produtor de hortaliças do município de Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, também conta com o cooperativismo de crédito para produzir mais e melhor e com recursos que não imaginava conseguir em instituições financeiras tradicionais. 

No Sítio Ribeiro Bonito, conhecido como Horta do Milton, o agricultor Milton Fernandes e sua família produzem alfaces lisa, crespa, americana e roxa, brócolis ninja e escarola de forma sustentável, com plantio direto e menos agrotóxicos. 

Milton é cooperado do Sicoob, cooperativa de crédito que está na novela Terra e Paixão e na vida real de 7 milhões de cooperados em todo o país, no campo e nas cidades. 

Cooperado do Sicoob Credimepi há três anos, ele garante: nunca foi tão bem atendido em uma instituição financeira e que nenhuma deu tanta importância para seu trabalho como produtor rural. A produção da Horta do Milton foi inclusive reconhecida pelo Sicoob no 2° Prêmio Produtor Rural Sustentável, que homenageia produtores rurais comprometidos com o meio ambiente. 

“Nunca tive um atendimento igual eu tenho no Sicoob. Tem banco que eu tenho conta desde 1991 e nunca vieram aqui na nossa propriedade ver o que a gente está precisando. Assim que a gente conheceu o pessoal do Sicoob, o gerente já veio cá, tomou café com a gente, coisa que outros nunca fizeram. Então o atendimento lá para mim é muito bom”, avalia.

MENOS BUROCRACIA

Além da hospitalidade mineira, Milton diz que o conhecimento dos negócios do campo, a proximidade da agência e a experiência na concessão de crédito rural também são diferenciais da cooperativa de crédito. 

“Nunca fiz empréstimos em outros bancos porque era tanta burocracia que não dava, e no Sicoob  não tive esse problema. Eles vieram aqui, visitaram a nossa propriedade e logo liberaram o crédito para a gente. Já fizemos três empréstimos lá e eu estou muito satisfeito.”

Por enquanto, o dinheiro financiado pelo Sicoob é usado por Milton para operações de custeio, como compra de sementes, adubos, defensivos e outras despesas rotineiras da produção. Mas o agricultor já se prepara para realizar um investimento na Horta do Milton com o apoio da cooperativa de crédito. 

“Estamos precisando fazer algumas melhorias na propriedade, como um galpão, porque a gente tem algumas máquinas e não tem espaço para todas, algumas ficam ao relento. Então para o próximo ano queremos fazer esse investimento”, planeja.

NA FICÇÃO 

Na novela Terra e Paixão, da TV Globo, os moradores de Nova Primavera, cidade fictícia onde se desenvolve a trama, estão prontos para transformar esses benefícios em realidade. No capítulo da última sexta-feira (1º de setembro), os personagens Tadeu (Cláudio Gabriel) e Lucinda (Débora Falabella) inauguram uma agência do Sicoob - maior sistema cooperativo de crédito do Brasil. A cena conta também com a presença de Nivaldo, que representa a instituição financeira cooperativa na novela.  

- Hoje é um dia muito especial para Nova Primavera porque nós tamo (sic) recebendo uma agência do Sicoob e com essa já são de 4,5 mil agências em todo o Brasil, diz Lucinda. 

- E essa agência aqui é muito mais do que trazer serviços financeiros. Ela demonstra um real interesse por nossa comunidade. Vai ajudar nosso povo na formação e educação financeira, além de dividir os resultados entre os cooperados. O que vai fazer a nossa comunidade crescer e se desenvolver mais. Já estou ansioso pelos resultados, complementa Tadeu. 

Os personagens destacam ainda que a agência está linda e vai trazer resultados positivos para todos na cidade. “Vai ser ótimo para todo mundo!”, salienta Lucinda.  

Tanto na novela como na vida real, cada vez mais pontos de atendimento de cooperativas de crédito são inaugurados em todo Brasil para levar soluções financeiras de qualidade que impulsionam pessoas, negócios e comunidades. 

 
 
 
 
 
 
 
 

Cooperativa de crédito: mais que uma instituição financeira, uma escolha justa e sustentável

 

O que você leva em consideração na hora de abrir uma conta ou investir seu dinheiro? As taxas? A proximidade de casa? A confiabilidade? E se você pudesse escolher uma instituição com todas essas qualidades e que, além disso, dividisse os resultados financeiros alcançados no ano com você e investisse no desenvolvimento da sua comunidade? Pois mais de 15,5 milhões de brasileiros, segundo dados do AnuárioCoop 2023, já fizeram essa escolha e têm contas em cooperativas de crédito — instituições que também vão conquistar, em breve, o coração dos protagonistas da novela Terra e Paixão, da TV Globo. 

Autorizadas e supervisionadas pelo Banco Central, as cooperativas de crédito oferecem os mesmos serviços que instituições financeiras convencionais, como conta-corrente, aplicações, investimentos, cartão de crédito,financiamentos, seguros, consórcios, planos de previdência, entre outros produtos. Elas também disponibilizam soluções digitais, operam com o Pix e fazem parte do projeto-piloto do Open Finance e do Real Digital (Drex). 

Mas as semelhanças com as instituições tradicionais param por aí! Mais do que uma decisão financeira inteligente, escolher uma cooperativa de crédito é optar por um mundo mais justo, ético e sustentável. Um mundo que coloca as pessoas em primeiro lugar, transformando o dinheiro em um instrumento para torná-las mais felizes.

EXPANSÃO

Ao abrir uma conta em uma cooperativa de crédito, o cooperado torna-se sócio e dono da instituição financeira. A adesão é livre e voluntária, com portas abertas para todos os perfis. 

"Muito mais que um cliente, o cooperado tem poder de decisão e direito à participação nos resultados financeiros. Ao mesmo tempo em que acessam produtos e serviços com preços justos e condições competitivas, os cooperados participam da gestão das cooperativas", explica a superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella.

Em todo o Brasil, existem 728 cooperativas de crédito. Com 9.008 postos de atendimento, a rede cooperativista é a maior do país, com presença no campo, nas cidades e em regiões remotas. Em 332 municípios, as cooperativas são a única instituição financeira da cidade, garantido a inclusão bancária de milhões de brasileiros. Os dados são do AnuárioCoop 2023 e referem-se a números consolidados em dezembro de 2022. 

No total, as cooperativas financeiras operam em 55,3% dos municípios brasileiros, totalizando 3.080 cidades. De acordo com o Banco Central, o cooperativismo de crédito cresce em um patamar superior ao do restante do Sistema Financeiro Nacional e avança mesmo em cenários de crise. O compromisso com a oferta de produtos e serviços financeiros justos, o relacionamento próximo com os cooperados e a forte presença no financiamento do setor agropecuário estão entre as explicações para o crescimento sustentável desse setor do cooperativismo.

Como o principal objetivo da cooperativa de crédito é bem servir aos cooperados, com um portfólio de produtos financeiros competitivos e adequados às necessidades dos associados, elas operam com taxas de juros reduzidas e oferecem condições competitivas em empréstimos, financiamentos e outros produtos e serviços. E essa diferença tem um impacto direto nas contas dos associados. 

Em 2022, os cooperados do Sicoob economizaram mais de R$ 20,9 bilhões, valor equivalente à diferença de juros, taxas e tarifas que pagariam em outras instituições financeiras. Um estudo realizado pelo canal My News, mostra que os cooperados gastam 50% a menos em taxas de crédito pessoal e até 55% a menos com juros no cartão de crédito que clientes de bancos comerciais. 

RESULTADOS COMPARTILHADOS

E falando em dinheiro, há outro diferencial que só as cooperativas de crédito oferecem: a participação nos resultados financeiros, também conhecidos como sobras ou retorno cooperativo.

Quando uma cooperativa de crédito fecha o ano com resultado financeiro líquido positivo, esse dinheiro é distribuído entre os cooperados. A devolução é proporcional às operações realizadas com a cooperativa: quanto maior o relacionamento e utilização de produtos e serviços, maior a participação nos resultados. Em 2023, o Sicredi distribuiu R$ 2,5 bilhões entre seus cooperados, e o Sicoob compartilhou R$ 5,5 bilhões. Os valores são referentes ao exercício de 2022.

Além da devolução das sobras aos cooperados, as cooperativas de crédito investem diretamente na melhoria das comunidades onde atuam. Esse compromisso é um princípio cooperativista, por isso as cooperativas financeiras fazem o que a maioria das outras instituições financeiras não fazem: investem parte dos resultados financeiros na melhora da vida das pessoas, seja por meio de fundos sociais e educacionais, projetos de sustentabilidade ambiental e de formação financeira. 

"Com sua vocação de oferecer produtos e serviços mais justos, as cooperativas de crédito promovem a inclusão financeira, fazem o dinheiro circular e movimentam a economia local", completa Tania Zanella.

Entenda a diferença entre cooperativas e instituições financeiras tradicionais

 

Cooperativismo de crédito em números 

15,5 milhões de cooperados 

728 cooperativas singulares 

9.008 postos de atendimento 

R$361 bilhões Carteira de crédito 

R$656 bilhões Ativos totais 

*Fonte: AnuárioCoop 2023 referentes a dezembro de 2022

Como se associar a uma cooperativa de crédito 

As cooperativas de crédito podem ser de livre admissão, ou seja, abertas a todos os perfis de associados; ou segmentadas para públicos específicos, como coops criadas para categorias profissionais ou trabalhadores de uma empresa. Na maioria delas, é possível aproveitar todas as vantagens de uma instituição financeira justa, confiável e competitiva com um clique, por meio da abertura de contas digitais nos sites ou aplicativos. Também é possível se tornar sócio em um dos postos de atendimento espalhados pelo país. O cooperativismo de crédito brasileiro está organizado em sete grandes sistemas – Sicoob, Sicredi, Unicred, Cresol, Ailos, Credisis e Uniprime – além de cooperativas singulares não filiadas a sistemas.

 

Plataforma de capacitação do cooperativismo chega a 150 cursos online gratuitos

Em 2020, quando o mundo parou por causa da pandemia do coronavírus, os cooperativistas brasileiros ganharam um espaço inovador de aprendizado virtual. Criada na hora certa, a plataforma CapacitaCoop ajudou os profissionais do coop a continuarem evoluindo, mesmo quando eles não podiam sair de casa. Passados três anos, esse espaço alcançou marcas históricas: 150 cursos online gratuitos e mais de 45 mil inscritos. 

“O crescimento da CapacitaCoop foi tão destacado que acabou virando um case, apresentado no 38º Congresso Brasileiro de Treinamento e Desenvolvimento, em São Paulo [realizado em junho]", explica a gerente de Desenvolvimento de Cooperativas do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), Débora Ingrisano. "Além do destaque na quantidade, os cursos têm sido muito bem avaliados. Na consolidação da pesquisa de satisfação, 91% dos alunos atribuíram nota de 8 a 10, em uma escala de 1 a 10 para nota geral do curso. São produções feitas com rigor técnico, com design instrucional moderno e atrativo”, acrescenta a gestora. 

Os cursos de capacitação cooperativista oferecidos pelo Sistema OCB vinham sendo realizados mesmo antes da pandemia, desde 2017. No início, as aulas eram oferecidas por meio da estrutura da Faculdade Unimed — instituição de ensino superior da maior cooperativa de saúde do mundo, o Sistema Unimed. Como o interesse pela modalidade virtual foi crescendo, o Sescoop — responsável pela capacitação e desenvolvimento da governança e gestão do coop brasileiro —  decidiu investir em uma plataforma própria. 

A contratação de um serviço especializado ocorreu no começo de 2020 e foi agilizada por causa da pandemia, com adaptações para combinar a facilidade da Educação à Distância com as características do modelo de negócio cooperativista. Lançada oficialmente em abril de 2020, com seis cursos, a plataforma fechou aquele ano com 12 mil inscrições. Passados três anos, o número de cursos aumentou em 25 vezes e o de inscrições quadruplicou. 

CONTEÚDO

Com informação cooperativista em várias áreas do conhecimento, os 150 cursos da CapacitaCoop abrangem desde conteúdos básicos sobre o modelo de negócio, passando por legislação, tributos, governança e gestão, até inovação e desenvolvimento pessoal.

A carga horária varia de 30 minutos a 24 horas-aula, que podem ser percorridas nos horários em que o estudante quiser, de forma assíncrona. Os conteúdos são acessíveis por meio de computadores, tablets e celulares, inclusive pelo WhatsApp, basta ter acesso à internet. Ou seja, dá para assistir às aulas no intervalo do trabalho, nos fins de semana, no caminho de ida ou volta para a casa. 

O aluno pode escolher temas separadamente e montar uma programação de aulas de acordo com seus assuntos de interesse. Ele também pode acessar os conteúdos organizados em Trilhas de Aprendizagem, planejadas pela equipe do Sescoop para reunir cursos que levem a uma formação mais ampla. 

Atualmente, há 15 trilhas disponíveis: 

  1. Governança Participativa
  2. Programas de Capacitação para as Cooperativas Minerais
  3. Contabilidade e Tributação para Dirigentes
  4. Contabilidade e Tributação para Contadores
  5. Negócios Dinâmicos
  6. Soft Skills
  7. Programa Pesquisa Científica no Cooperativismo
  8. Universitário Cooperativo
  9. Conselheiros Administrativos: Desafios da Primeira Gestão
  10. Decisões Financeiras em Cooperativas 
  11. Caminho para a Excelência
  12. Como Desenhar Soluções Centradas no Usuário
  13. Liderança para Transformação 
  14. ESG - Environmental, Social and Governance
  15. Cooperativismo e Relações Governamentais 

Todas as trilhas estão  diretamente relacionadas ao cooperativismo e com soluções que atendem a desafios do dia a dia das cooperativas, cooperados e colaboradores. Tanto os cursos individuais quanto as trilhas são gratuitos, podem ser iniciados a qualquer momento e têm certificado emitido pelo Sescoop.

Vale destacar: a maior parte dos cursos da CapacitaCoop podem ser acessados por qualquer pessoa interessada nas temáticas oferecidas, sem necessariamente ser vinculada a uma cooperativa.  No entanto,  as cooperativas associadas ao Sistema OCB têm acesso a alguns conteúdos exclusivos. 

PRIMEIRAS LIÇÕES

Para quem quer entender o cooperativismo do começo e conhecer como funciona o nosso modelo de negócio, a primeira parada na plataforma CapacitaCoop é o curso Entendendo a Sociedade Cooperativa, com 10 horas-aula sobre os fundamentos e modelo de negócio cooperativista. 

“Também temos esse mesmo conteúdo em uma versão mais resumida e lúdica, em 4 horas-aula, em que, por meio da história fictícia de uma agricultora, é mostrado todo o passo a passo para se constituir uma cooperativa. O nome desse curso é Cooperativismo Primeiras Lições”, sugere Débora Ingrisano. 

As duas formações estão entre as mais procuradas do site (veja box abaixo).

Os cursos não dependem da formação de turmas para iniciar, ou seja, o estudante pode se matricular e começar as aulas imediatamente. 

"A jornada de aprendizagem na plataforma CapacitaCoop inclui atividades ao longo da formação, para fixar conhecimentos, e uma avaliação final. O estudante que percorre todo o conteúdo e atinge 70% de acerto na avaliação final recebe um certificado validado pelo Sescoop, com reconhecimento nacional", explica a gestora da plataforma.

A plataforma também oferece uma biblioteca de conteúdos com materiais de apoio como vídeos, entrevistas, ebooks e outras publicações. 

Cinco cursos mais procurados da plataforma CapacitaCoop

  1. Entendendo a Sociedade Cooperativa
  2. Cooperativismo - Primeiras Lições
  3. Governança Cooperativa: Princípios e Boas Práticas
  4. Mentalidade Ágil
  5. Gestão da Mudança
 

Como as cooperativas movimentam a economia

Se o cooperativismo fosse um estado brasileiro, teria a quarta maior economia do país, atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Juntas, as cooperativas brasileiras produziram R$656 bilhões em receitas e ganhos em 2022, segundo os dados mais recentes do setor, divulgados no AnuárioCoop 2023.  

A soma dos ativos – total de bens e direitos das cooperativas – chega a R$ 996,7 bilhões, e mostra o tamanho e a relevância das cooperativas para a economia brasileira. 

Os resultados são impressionantes, mas a melhor parte é que eles vão muito além dos números. Cada real produzido pelo cooperativismo representa uma melhora verdadeira na vida das pessoas e também na economia. Afinal, onde tem cooperativa há mais trabalho, mais renda e mais prosperidade.

Um estudo inédito realizado pelo Sistema OCB e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) para avaliar os impactos do cooperativismo na economia brasileira confirma o que já sabíamos: o cooperativismo impacta positivamente a realidade do país nos mais diversos indicadores econômicos.

Entre os impactos calculados na pesquisa, o estudo revela que a presença de cooperativas em uma cidade leva a um aumento médio de R$ 5,1 mil no Produto Interno Bruto (PIB) por habitante, além de impactos na geração de empregos formais, na abertura de estabelecimentos comerciais e nas exportações. 

De acordo com o estudo, para cada R$ 1 real investido no cooperativismo há um incremento de R$1,65 em termos de produção na economia brasileira. Além disso, cada R$1 real movimentado pelas cooperativas gera um acréscimo de R$0,06 em impostos arrecadados. 

“Neste estudo do Sistema OCB e da FIPE, os dados evidenciam o que nós sempre defendemos, que o cooperativismo é um importante gerador de impacto positivo na economia e na sociedade brasileira. Onde tem cooperativa, há geração de valor e mais prosperidade para as pessoas”, afirma o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.

Na prática, os números da pesquisa podem ser vistos de perto em várias partes do país, em municípios onde boa parte da população trabalha em uma cooperativa, consome alimentos produzidos por cooperados e tem conta em cooperativa de crédito. Até mesmo a energia da casa dessas pessoas é gerada e distribuída por uma coop. E tudo isso é possível porque  o cooperativismo está presente em diferentes setores da economia, da agricultura ao transporte de cargas. E tudo isso gera riqueza. Quer ver?

UMA CIDADE COOPERATIVA

 

Em Mato Grosso do Sul, a economia do município de São Gabriel do Oeste começou a crescer a partir da expansão da fronteira agrícola nos anos 1970, e se consolidou como pólo agropecuário e agroindustrial do estado, setores liderados pelas cooperativas. 

Impulsionada pelo cooperativismo em vários setores, a cidade hoje é uma referência de como nosso modelo de negócio pode transformar todo o panorama produtivo e econômico de uma região. 

As cooperativas da cidade trabalham de forma integrada. As de grãos, como a Cooperoeste, vendem para a Cooasgo, de suinocultores, que fabrica rações para seus cooperados e vende os suínos para a Aurora Coop, que tem uma planta na cidade. As cooperativas de transporte e as cooperativas de crédito atuam com todas. 

Quer conhecer mais sobre como é viver em uma cidade cooperativista como São Gabriel do Oeste? Assista ao primeiro episódio da segunda temporada da série SomosCoop na Estrada. 

O AGRO É COOP

No interior de Goiás, uma cooperativa mudou a trajetória do município de Rio Verde e ajudou a transformar a cidade na segunda maior produtora de soja do país. 

Fundada em 1975, por 50 associados, a Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo) foi pioneira na instalação de sistemas de armazenagem de grãos e a primeira agroindústria de esmagamento de soja da região. 

O incremento na produtividade liderado pela Comigo atraiu outros gigantes do agronegócio para Rio Verde, entre eles empresas multinacionais. Em 20 anos, o Produto Interno Bruto (PIB) do município subiu de R$1,9 bilhão para R$11,8 bilhões. Um impacto na economia que apenas o cooperativismo seria capaz de fazer.

Hoje, a cooperativa goiana tem 10,9 mil cooperados, emprega 3,5 mil colaboradores e registrou faturamento de R$ 15,6 bilhões em 2022. A Comigo é umas 1.170 cooperativas do Ramo Agro que tem transformado cidades inteiras por meio do trabalho digno e da distribuição justa de renda e resultados. 

Para se ter uma ideia do tamanho da presença do cooperativismo na agropecuária, mais da metade da produção (53%) do país passa pelas cooperativas. “Somos responsáveis por 75% do trigo, 52% da soja, 55% do café, 46% do leite, 53% do milho, 35% do arroz, 43% do feijão e 50% da proteína suína”, listou recentemente a gerente-geral do Sistema OCB, Fabíola Nader Motta, em reunião no Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). 

Se no campo o cooperativismo dá um show, nos outros setores da economia também não é diferente. Sabia que a maior rede de assistência médica do Brasil é de uma cooperativa? Com cobertura em 83% do território nacional e 17 milhões de clientes, o Sistema Unimed é considerado a maior experiência cooperativista na área da saúde em todo o mundo. O sistema cooperativo de médicos é umas das nove coops brasileiras entre as 300 maiores do mundo, com faturamento de US$ 14,83 bilhões, segundo ranking da Aliança Cooperativa Internacional (ACI). 

A FORÇA DO TRABALHO

Além de produtos e serviços, as cooperativas brasileiras são campeãs em outro quesito fundamental para a economia: o trabalho. Primeiro para os cooperados, que muitas vezes empregam sua força de trabalho e são ao mesmo tempo sócios e donos das cooperativas, mas também com a geração de empregos formais para colaboradores. 

As coops brasileiras geraram 524 mil empregos diretos em 2022, número que cresce a cada ano e aumentou mesmo durante a pandemia, quando o desemprego subiu entre os brasileiros. O ramo Agro é o que mais gera postos de trabalho, com 249 mil; seguido do ramo Saúde, com 135 mil empregos, e do ramo Crédito, com 99 mil funcionários. No total, o cooperativismo investiu mais de R$ 25 bilhões no pagamento de salários e outros benefícios a seus colaboradores.

Além disso, as cooperativas injetaram mais de R$18,9 bilhões em tributos nos cofres públicos, ajudando a fazer diferença na vida dos cidadãos ao reinvestir seus resultados e trazer avanço para toda sociedade.

SERVIÇO

Quer conhecer mais coops que estão melhorando o Brasil? Acompanhe a série SomosCoop na Estrada, que está percorrendo o país para contar histórias como as que contamos aqui. 

Resultados compartilhados nas cooperativas de crédito 

Quando se trata das cooperativas de crédito, a força do cooperativismo como motor da economia tem mais um elemento: a distribuição dos resultados entre os cooperados. É isso mesmo, quando uma cooperativa de crédito fecha o ano com resultado financeiro líquido positivo, esse dinheiro é distribuído entre os cooperados. São as chamadas sobras, ou retorno cooperativo. 0

A devolução é proporcional às operações realizadas pelo cooperado: quanto maior o relacionamento e utilização de produtos e serviços da cooperativa, maior o retorno. Este ano, por exemplo, o Sicredi distribuiu R$ 2,5 bilhões entre seus cooperados, e o Sicoob compartilhou R$ 5,5 bilhões em resultados positivos, com base nos resultados alcançados pelas cooperativas em 2022. 

Com mais de 8,5 mil postos de atendimento, o cooperativismo de crédito é a maior rede de serviços financeiros do país, levando inclusão bancária a milhões de brasileiros. Em 275 municípios, as cooperativas são a única instituição financeira da cidade. 

Além disso, as cooperativas de crédito são especialistas em difundir a educação financeira entre os cooperados e a comunidade, ajudando milhões de brasileiros a ter uma relação mais saudável e próspera com dinheiro. 

 
 
 

20,5 milhões de cooperados e crescendo

O coop segue crescendo e chegando cada vez mais longe! Como modelo de negócios do presente e do futuro, é cada vez mais conhecido e reconhecido por brasileiros de todas as regiões do país que veem nele a melhor opção para produzir e oferecer serviços de qualidade e preço justo. Derramando prosperidade de forma igualitária e abrangente, o movimento atingiu 20,5 milhões de cooperados, o que representa 10% da população, de acordo com o último censo do IBGE. Além disso, para cada R$ 1,00 gasto no coop, R$ 2,92 é devolvido para a sociedade em forma de benefícios.

Os dados fazem parte do Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2023, divulgado nessa segunda-feira (7) e que apresenta também os resultados de pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) para medir os impactos do movimento para a economia do país.  O número de empregos diretos criados por conta do movimento saltou de 493.227 em 2021 para 524.322 em 2022. A participação feminina entre os empregados atingiu 51% de representatividade, um aumento de 12% nos dois últimos anos. Nos cargos de liderança, em 2020, elas simbolizavam 17% e, em 2022, cresceram para 22%.

No total, são 4.693 cooperativas presentes em mais de 1,4 mil municípios que geram impactos positivos em outros ao seu redor. De acordo com a pesquisa Fipe, as cidades que contam com a presença de uma cooperativa têm crescimento econômico acima da média e gera mais empregos formais. Os ganhos econômicos medidos evidenciaram um Produto Interno Bruto de R$ 5,1 mil por habitante; 28,4 empregos formais a cada 10 mil habitantes; 16,8 estabelecimentos a cada mil habitantes; US$ 993,2 por habitante em valor exportado; US$ 121,5 por habitante em valor importado; e US$ 96,2 por habitante na forma de incremento de resultado (saldo) comercial.

O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, atribui os resultados prósperos ao comprometimento de todos os envolvidos nos sete ramos do coop (Agropecuário; Crédito; Consumo; Infraestrutura; Saúde; Trabalho, Produção de Bens e Serviços; e Transporte) com o bem comum. Segundo ele, os números expressam o quão sólido é o movimento, que continuará a crescer cada vez mais. “Estamos cada vez mais otimistas em relação ao alcance da meta BRC 1 Tri. Com certeza, até 2027, conseguiremos movimentar financeiramente R$ 1 trilhão, agregar 30 milhões de cooperados e empregar 1 milhão de pessoas”, afirma.

A movimentação financeira do coop em 2022 foi de R$ 655,8 bilhões, 25% superior ao ano anterior quando atingiu R$ 524,8 bilhões. Além disso, os ativos totais atingiram 996,7 bilhões, com uma aumento de 27% em relação a 2021. “Dar visibilidade à atuação cooperativismo brasileiro é estratégico para fortalecer nosso movimento e um convite para que mais se envolvam com esse ciclo virtuoso que promovemos. Certamente vamos alavancar ainda mais nosso modelo de negócios e essa prosperidade que promovemos permanecerá transbordando”, complementa o presidente Márcio.

A análise realizada pela Fipe demonstra ainda que, com base nos dados de ingressos de 2021, a produção resultante do cooperativismo alcançou um total de R$ 866,7 bilhões, o que representa um Valor Adicionado (VA) de R$ 462,4 bilhões (cerca de 6,1% do VA da economia brasileira e 5,2% do PIB) com R$ 30,9 bilhões em impostos arrecadados (cerca de 2,4% da arrecadação total). Além disso, o cooperativismo foi responsável por 10,1 milhões de postos de trabalho (9,4% da força de trabalho e 10,6% dos ocupados) e por R$ 174,6 bilhões em salários.

 
 

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